Estamos a cinco dias das eleições nacional e regional, em segundo turno de votação, e o eleitor faz questão de esquecer a ideologia dos partidos e sair para mostrar o que pensam dos candidatos e suas histórias.
Fazia tempo que o eleitor brasileiro não se importava e pouco ligava para o partido e os seus representantes que estavam no Poder ocupando os principais cargos da República. Desta feita o eleitor, desincumbindo-se da missão que a legislação lhe entrega para cumprir, mostra-se disposto a ignorar tudo, declarar a política sem líderes e procurar um caminho novo, pelo menos no âmbito nacional.
A política oferece essas oportunidades circunstanciais que movem uma nação inteira no rumo que entendem ser melhor e que possa representar o que pensa a maioria do povo. Muitas vezes, como parece ser agora, a preferência vem para negar um modelo de gerência, encerrar um período com tantos problemas, fechar uma etapa da administração pública nacional.
Nem mesmo os instrumentos modernos disponíveis e que podem ser usados diversificando as oportunidades, têm suportado a vontade popular de participar, observadas as convicções que assumem e que estão mostrando as dificuldades e facilidades de um pleito e revelando que a “máquina gerencial eleitoral” precisa de reparos urgentes e de medidas que possam reconquistar a confiança de todos.
É uma campanha em que o jovem se mostra nas ruas, embrulhado em bandeiras ou tremulando-as com orgulho e sabendo o que pretende com esse ato. Os motivos estão dentro de casa ou chegam dentro da casa pelos meios de comunicação, agora ampliados pela disponibilidade das redes sociais.
Os pontos fracos e completamente inadequados vêm daqueles que têm obrigação de serem éticos e profissionais: os marqueteiros.
São eles que recebem os recados desesperados dos coordenadores de campanha para fazer isso ou aquilo; mas são eles que vasculham os porões da imoralidade para tentar iludir o eleitor, apresentando peças publicitárias que são verdadeiros atos irresponsáveis porque conduzem o eleitor a erro.
As eleições de 2018 mostram um grupo de auxiliares de publicidade ou de programa político ou de inserções para serem veiculadas nos horários “gratuitos” colocados à disposição, pela Justiça Eleitoral, aos partidos e candidatos e que irritam e envergonham o telespectador, mesmo sem qualquer resultado prático, a não ser o da desmoralização do processo.
Os candidatos se valem disso para ocupar os horários e não apresentam as suas propostas e os seus argumentos, e quando apresentam são vazios, inviáveis, muito mais próximos da mentira do que das expectativas desenhadas pelo eleitor.
Temas nacionais como o desenvolvimento e crescimento, qualidade de vida e ambiente para o trabalho, profissionalismo e desemprego, pobreza e riqueza, administração e corrupção, impunidade e desafio, transparência e conhecimento, entre tantos outros são deixados para a maresia interpretativa do eleitor, que fica duvidando até da sua real importância como definidor da escolha.
Por aqui, no Amapá, restou a estrofe de uma mesma música, que há 24 anos vem sendo cantada sem qualquer afinação e deixando a canção sem qualquer sucesso e a população no aperto, vendo um Estado sem rumo, engolido pela crise que faz questão de ampliar, ou se valendo de projetos amadores e exageradamente pessoais.