O Amapá tem potencial para combustíveis fósseis porque integra uma grande bacia sedimentar em seu litoral: a bacia da foz do Amazonas.
Aconteceu nesta quinta-feira, dia 17 de janeiro, no auditório do Sebrae Amapá, o 1º Encontro Estadual das Federações das Indústrias do Amapá e do Pará. O evento foi promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Amapá (FIEAP) em conjunto com o Fórum do Setor Produtivo do Amapá, quando foram discutidas as vocações e os desafios para o desenvolvimento econômico dos dois Estados.
Na ocasião, ocorreu a assinatura da Carta do Amapá, documento que contém as reivindicações e as propostas dos representantes dos setores primário, secundário e terciário.
A carta representa os anseios da premissa do desenvolvimento econômico e social tão almejado pelos estados do Amapá e do Pará, que nas últimas políticas públicas nacionais, vêm sendo reprimidos ao acesso à biodiversidade e impactando qualquer processo de desenvolvimento.
O vice-governador Jaime Nunes foi quem recebeu a carta do presidente da Federação das Indústrias do Amapá. Em pronunciamento, falou da coincidência dos interesses econômicos e políticos do Amapá e Pará, além da importância do conhecimento sobre as características da costa litorânea abordada pelos palestrantes convidados.

“Essas informações são valiosas, elas ajudam a criar subsídios para novas políticas públicas. Além de promover uma revolução de conhecimento para a população”, disse o vice-governador.
Ao final, ele propôs a realização de um evento entre os gestores do governo do Amapá, no sentido de dividir as experiências e os conhecimentos na busca de mecanismos para o desenvolvimento do Amapá.
Palestras
A primeira palestra foi ministrada pelo Dr. Maamar El Robrini, professor titular da Universidade Federal do Pará (UFPA), que abordou o projeto Recursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva e Recursos Minerais da Plataforma Continental do Norte do Brasil (Revizee).
Ele destacou que o programa contribuiu na avaliação dos potenciais sustentáveis da ZEE (área política e soberania nacional), na incorporação de novos recursos para a pesca nacional (área da economia), readequação e reaparelhamento das embarcações de pesquisa e laboratórios e o aprimoramento de técnicas e metodologias de pesquisa (área da ciência e tecnologia).
Concomitantemente, o professor Dr. da UFPA, Luiz Ercílio Farias Júnior, fez uma explanação a respeito dos resultados das pesquisas científicas realizadas pela UFPA. Iniciou sua fala exemplificando por meio de uma pergunta que foi imposta por uma determinada revista nacional, se existem corais na costa do Amapá, “Corais não existem na costa do Amapá! Petróleos sim, e com excelente qualidade para ser explorado”, respondeu Hercílio.
A segunda palestra contou com o conhecimento do Dr. Marcelo José de Oliveira, com o tema Exploração de Petróleo na Costa do Amapá. Ele explicou que a exploração do petróleo tem diversas fases, estudo geofísico em embarcações, a avaliação das áreas propícias e o armazenamento de combustíveis fósseis. Por último, a pesquisa direta, que é a perfuração/sondagem: conhecimento da geologia e verificação da presença de óleo ou gás.
“O Amapá tem potencial para combustíveis fósseis porque integra uma grande bacia sedimentar em seu litoral: a bacia da foz do Amazonas. Já foram perfurados 95 poços em vários setores da bacia, inclusive bem próximos da costa”, explicou Oliveira.