Na quarta-feira, dia 13 de fevereiro, houve uma partida de futebol em Macapá, válida pela Copa do Brasil, no momento a mais importante competição para os clubes brasileiros, tanto os que são candidatos ao título como para aqueles que são apenas participantes.
Clubes de todo o Brasil têm a chance de disputar a Copa do Brasil – que dá um prêmio para o campeão que supera os 60 milhões de reais e para aquele que joga a primeira partida, um pouco mais de 500 mil reais. Tanto no primeiro caso (o time campeão), como no segundo caso (o time que é eliminado no primeiro jogo), o resultado financeiro torna as competições classificatórias muito disputadas e, às vezes, interessantes.
Para as disputas de 2019 o representante amapaense definido, por ter sido campeão do ano de 2018, foi o Ypiranga Clube.
Também por isso, começou uma disputa interna para saber que deveria ser o presidente do Clube nesse momento. Aquele que fora o presidente durante o campeonato de 2018, por razões internas do Clube, não deveria continuar no comando, muito embora estivesse interessado, alegando o investimento que fizera para vencer a competição estadual de 2018.
Essa disputa da “cartolagem” levou incertezas e a decisões inusitadas, sendo que uma delas foi levar o time para treinar em Belém, com a alegação de que aqui não haveria estádio e ambiente para os treinamentos. É importante dizer que o presidente do Ypiranga no momento da conquista do campeonato era de Belém do Pará.
Assim, o time do Ypiranga foi formado fora de Macapá, com alguns poucos jogadores daqui, e veio para o primeiro jogo sem fazer uma partida oficial sequer, antes de participar da mais importante e rara competição – a Copa do Brasil.
O jogo foi na quarta-feira, dia 13, para um público de pouco mais de dois mil torcedores, contra o Cuiabá Esporte Clube, no Estádio Zerão, uma partida que não poderia, sequer, empatar senão seria eliminado. Perdeu o jogo e acabou o sonho no primeiro e longo cochilo.
Esses acontecimentos poderiam servir para que os dirigentes do futebol amapaense, principalmente os da Federação Amapaense de Futebol, deixassem de ser revanchistas, egoístas e oportunistas e privilegiasse o futebol como um dos entretenimentos preferidos dos brasileiros.
Como está, os problemas do futebol do Amapá só aumentam, seja nas questões do futebol profissional ou do futebol amador, tanto são os desestímulos impostos aos dirigentes que acabam por deixar de lado uma das vertentes da esportividade e do despertar da responsabilidade pelo que se pode fazer.
Mesmo com este cenário, onde o descrédito já atingiu o torcedor, depois de não merecer qualquer consideração do setor público ou privado, que virou de costas para o futebol do Amapá, deixando ao abandono completo alguns dos poucos que ainda continuam na luta.
Tentar outra forma de disputa, noutra época do ano, dando possibilidade para que o campeonato local termine às vésperas da Copa do Brasil, por exemplo, com o representante do Estado podendo apresentar uma equipe em condições de fazer frente, não ao Cuiabá, mas a outro qualquer clube brasileiro, e passar de fase.
Os dirigentes precisam ser inteligentes e convincentes para vencer mais esta crise, agora no esporte, não deixando que a política partidária domine a condução do futebol no Amapá, cheia de calombos que estão servindo de esconderijo para os oportunistas, os vendilhões e interesseiros.
A mudança precisa começar com os dirigentes, para depois conquistar a confiabilidade do setor privado e público e, principalmente, do torcedor.