Foi divulgada, no penúltimo dia do mês de fevereiro deste ano de 2019, a primeira comparação resultante do Projeto Monitor da Violência, como uma parceria do site G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Segundo o que foi divulgado, o registro de 51.589 assassinatos, em 2018, é menor em 7.539, quando comparado com os números de 2017 – que chegou a 59.128 assassinatos. Mesmo considerando a redução, a taxa de 24,7 mortes a cada 100 mil habitantes é considerada ainda muito alta.
Das 27 unidades da Federação, 24 (vinte e quatro) apresentaram, entre 2017 e 2018, queda no número de homicídios e 3 (três) – Amapá, Tocantins e Roraima tiveram aumento no número de mortes violentas. No Amapá o número cresceu 9,7%; no Tocantins 43,7%; e em Roraima 54,0%.
Entre os estados que registraram as maiores quedas está Pernambuco, onde as mortes violentas tiveram a maior redução do país (23,2%). Outros seis estados (Alagoas, Santa Catarina, Acre, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio Grande do Norte) tiveram redução superior a 20%.
Pernambuco, considerado um dos estados mais violentos do Brasil, foi o que apresentou a maior redução percentual. Essa redução, segundo as autoridades pernambucanas, foi fruto de muito investimento e muito trabalho. Ao longo de 2017 e 2018 o governo do estado fez grandes investimentos na área de segurança, com a construção de novas estruturas para a Polícia Militar, com batalhões no interior, criação de novas estruturas de delegacias especializadas – também foi feito investimento em pessoal com a contratação de mais 1.500 profissionais.
Roraima teve a maior alta: 54%. Foram 345 mortos em 2018 contra 224 em 2017. Com isso o Estado que foi alvo de uma intervenção federal passou a ter também a maior taxa de mortos a cada 100 mil habitantes: 59,8%
Segundo as autoridades, houve um descontrole na ordem dos presídios em 2018, Esse fato permitiu que as organizações criminosas passassem a dar ordem de dentro dos presídios para um confronto entre as facções que se instalaram, principalmente o Comando Vermelho e o PCC se digladiassem na rua. Segundo aquelas autoridades as ordens partiam diretamente do presídio, onde o índice de fugas era grande.
O Amapá completa a lista com Roraima e Tocantins dos três estados com crescimento no número de mortes em um ano. A alta foi de 10% de 2017 para 2018.
O secretário da Segurança do Amapá, José Carlos Correa de Souza, diz que a situação não é exclusiva do estado. Informa que as medidas que estão sendo adotadas pelo governo federal, que hoje assume responsabilidade efetiva para o combate junto com os estados, são de fundamental importância.
Dá como exemplo a Lei Anticrime do Sérgio Moro, e garante que o governo do Amapá tem feito a sua parte, com a contratação de novos profissionais para a Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Técnica e novos investimentos em tecnologia.
Afirma: “Temos certeza de que, apesar de todos esses dados, nós vamos ter em 2019 uma redução considerável do número de homicídios.”
O Estado do Amapá precisa apresentar resultado melhor, demonstrar que está cuidando para que haja a recuperação do controle e que a população tenha de volta a confiança que está muito abalada, não só pelos números apresentados, mas pelas dificuldades que o próprio Estado tem para confrontar esses números.