Estou percebendo que técnicos de diversas áreas do conhecimento estão se juntando para discutir o Amapá cada vez mais profundamente e com consistência científica, preocupados com o amanhã, cada vez mais difícil de ser desenhado para poder ser enfrentado.
A população entregou tudo o que podia para ser resolvido pelos políticos, cuja maioria faz a mesma coisa, ou seja: espera o tempo passar para passar o tempo de seu mandato ou da oportunidade que lhe foi dada pelo “amigo” detentor de cargo eletivo.
Enquanto isso o Estado do Amapá vai se apequenando como solucionador de problemas e vendo todas as saídas muito distantes, ficando sem alternativa ou fôlego para sua própria respiração – e seus dirigentes completamente perdidos e esperando apenas o tempo passar e gerindo pessoal sem acordar para o desenvolvimento ou, ao menos, para anotar o que está acontecendo com outras unidades federadas.
Isso contamina as administrações municipais, cada vez mais isoladas, sem força política e, algumas vezes entregues à própria sorte ou mesmo abandonadas e só lembradas, quando muito, em encontros obrigatórios.
A relação política fica muito limitada e os interesses se individualizam e acontecem fatos que são lamentados, seja pelos grupos ou internamente com prejuízo claro para todos.
É ruim – para todos –, a falta de comunicação direta das bancadas eleitas a cada quatro anos. Vereador não se comunica com deputado estadual, deputado estadual que não conversa com o deputado federal e senador. Por mais incrível que possa parecer, o caminho inverso é muito mais praticado.
Da mesma forma acontece entre os prefeitos e o governador. Neste caso a distância coloca os gestores como concorrentes e, ao que parece, disputando o mesmo voto quando, na verdade os interesses administrativos deveriam ser os prevalentes.
O recente encontro dos governadores da Amazônia Legal realizado em Macapá tomou importantes decisões que precisariam ser entendidas por todos os outros agentes políticos detentores de mandato, no sentido de motivá-los para adotar nas discussões de interesse da população os temas que foram debatidos na reunião de cúpula e que não chegaram aos agentes executores, mesmo os de interesse geral.
E haja planos soltos, sem chances de oferecer qualquer resultado.
A aprovação do Orçamento Impositivo, aquele que obriga ao Executivo Federal liberar as emendas de bancadas propostas pelos parlamentares federais necessita ter um estrutura gerencial capaz de executar, corretamente, as receitas oriundas do Orçamento da União e que sejam resultado do Orçamento Impositivo.
O Governo do Estado do Amapá tem tido muitas dificuldades para executar volumes relativamente pequenos de obras. Para exemplificar basta rememorar o que aconteceu com o PAC1 e PAC2, e ainda, os recursos alocados para Segurança Pública.
O Amapá precisa de agilidade para aprovar os projetos e de empenho para transformar os projetos em realidade.
A lentidão está encarecendo as obras que precisam ser concluídas, atrapalhando a vida dos empresários contratados e viciando os profissionais que trabalham na execução das obras.
O Orçamento Impositivo vai exigir essa mudança de comportamento da Engenharia Pública, tanto do Governo do Estado como das Prefeituras, ou vamos continuar dispondo do dinheiro e não demonstrando capacidade para executar os projetos selecionais.