A jornalista Sonia Zaguetto, autora do livro “A história de Oiapoque” decidiu doar toda a documentação histórica usada na obra. A entrega foi durante uma cerimônia na Presidência do Senador Federal com as presenças do senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), o presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP), e representantes da Universidade Federal do Amapá (Unifap). São aproximadamente seiscentos documentos entre livros, revistas, relatórios, memórias, cartas, recortes de jornais e fotografias.
A obra foi lançada, em Brasília, há uma semana e durante o lançamento a autora relatou ao senador Randolfe Rodrigues o desejo do avô, que é o protagonista do livro.
Segundo Sonia, este era o sonho de Rocque Pennafort: “Ele queria que todo esse material ficasse no Amapá. Meu avô era um entusiasta da preservação da memória amapaense e do Oiapoque. Por isso, eu tinha esse compromisso em doar o acervo assim que o livro fosse lançado”.
Agora, o arquivo documental fará parte do acervo do curso de história da UNIFAP. “A expectativa da nossa família é que o livro e o arquivo sejam amplamente usados pela universidade do Amapá para produção de pesquisas, livros e artigos científicos” comemorou Sonia.
O senador Randolfe, historiador formado pela Unifap, era só alegria: “Esse acervo é de uma riqueza ímpar. Nós merecíamos uma obra tão importante que revela parte da história do Brasil que poucos brasileiros conhecem! ”, comemorou.
O material será enviado à Universidade ainda esta semana.
O LIVRO
Dividido em cinco partes e com mais de 40 fotografias históricas da primeira metade do século XX, além de ilustrações francesas e mapas do século XIX, o livro repassa cinco séculos da história do município de Oiapoque e da fronteira do Brasil com a Guiana Francesa.
O arquivo e as memórias de Rocque Pennafort estão, hoje, entre as raras fontes primárias para se conhecer a história da fronteira. Guardam o relato da única testemunha do primeiro grupo de colonos brasileiros a chegar ao Oiapoque, em 1921, para fundar um núcleo agrícola; além de documentos e fotografias sobre os militares deportados para Clevelândia quando o governo Arthur Bernardes decidiu transformar a região em campo de concentração para abrigar os militares revoltosos dos movimentos tenentistas da década de 20.
Entre as informações mais relevantes do acervo estão o episódio histórico em que a população do Oiapoque idealizou, financiou e construiu sozinha um monumento dedicado ao Brasil que hoje é o símbolo da cidade; e os registros sobre os primeiros indígenas eleitos para cargos políticos do País: o cacique Manoel Primo dos Santos, o Côco, e seu filho, Luís Soares dos Santos, ambos da tribo Caripuna, no rio Curipi, reserva indígena do Uaçá.