Os atos e os fatos atuais nos mostram que estamos vivendo o momento do lado “b” do desenvolvimento do Estado do Amapá, aquele que se sabe que tem, mas que é completamente desconhecido por razões de origem e por seleção daqueles que puderam, outrora, escolher como alcançar os resultados que a população precisa.
Nada do que foi idealizado pelo contribuinte e planejado pelos técnicos para esta década foi executado. As razões alegadas por aqueles que deveriam ter seguido o cronograma de interesse geral não são conhecidas, o fato é que o dinheiro do consumidor está sendo gasto, quase na sua totalidade, para manter o que foi construído até 2010 e, de lá para cá, nada de relevante foi construído e disponibilizado para a população.
Há um conformismo administrativo que irrita até mesmo o mais paciente dos contribuintes. Os investimentos realizados na verdade não são investimentos na acepção da palavra, mas ações restauradoras ou de manutenção daquilo que existia já em 2010.
As soluções prometidas para resolver os problemas das companhias de fornecimento de energia e água tratada não se concretizaram.
O custo que o contribuinte está pagando para a aventura em que se transformou o pagamento da dívida da Companhia de Eletricidade do Amapá é um dos graves erros cometidos na tentativa de manter a CEA como concessionária de distribuição de energia para o comércio, o serviço e a indústria, além do atendimento ao consumidor doméstico. Houve a intervenção na gestão da companhia, com graves prejuízos para o contribuinte que elegeu a companhia como “a empresa mais odiada do Amapá”.
Hoje a CEA carrega o ônus de sua história, presta serviços precários para a Eletrobrás, cobra uma das tarifas mais caras do Brasil, e deixa o consumidor sem entender nada, principalmente quando o assunto é conta de energia.
A outra empresa, a Companhia de Água e Esgoto do Amapá padece de problemas maiores. Mesmo limitando-se a cuidar do sistema existente em 2010, com todos os seus problemas, ainda não encontrou a fórmula inicial que é o equilíbrio de suas contas e continua tendo problemas primários, pois, o que arrecada não paga as suas despesas, precisando a cada mês de complementação financeira que é feita com dinheiro do Tesouro Estadual.
Com relação à coleta do esgoto doméstico, que faz parte do rol de responsabilidades da CAESA, esse está completamente esquecido. Até a manutenção é apenas corretiva e quando acontece um problema grave.
O atendimento do serviço de coleta de esgoto doméstico encolhe na mesma proporção que cresce o número de habitações na cidade. Não houve ampliação, sequer de um metro, na linha de coleta que, diga-se, está completamente esgotada, seja no transporte, seja no tratamento na lagoa de estabilização do Araxá.
Na mesma linha de retrocesso da CEA e da CAESA estão os próprios prédios públicos da administração que foram, na prática, “deixados pra lá”, sem reforma, sem adaptações ou melhorias, preferindo o processo de aluguel de prédios particulares que não foram construídos com objetivo de atender o público e por isso prejudicam a mobilidade mesmo dos próprios funcionários.
Não há como se conformar com um cenário destes, sem perspectivas e sem indicadores que possam projetar, no tempo, quando essas questões serão resolvidas, exatamente como o lado “b” de um disco, mas como não se trata de disco e já estamos na era da “nuvem”, então, tem muito de errado no desenho década 2011-2020.