Rodolfo Juarez
Volto a escrever sobre a Amazônia que tenho conhecimento desde o meu nascimento e por todos os 73 anos que vivo nesta região, com breves períodos de interrupção quando tive que buscar conhecimento noutros centos do país, quando entendia que precisava aprimorar o que sabia e acumular mais informações para poder interpretar melhor o Amapá, a Amazônia e o Brasil.
Nasci como nascem todos os ribeirinhos da Amazônia, em um local isolado e, dede muito sedo, fui instruído para preservar tudo, especialmente o meio ambiente de onde meus pais tiravam o sustento para toda a família.
Esta semana fiquei especialmente atento para o monte de bobagens que autoridades públicas, do mundo todo e do Brasil, falaram e vi reverberar em setores da imprensa, principalmente a de veiculação nacional, as mesmas bobagens demonstrando completo desconhecimento do que falam e do que escrevem, ou agindo de modo covarde na busca de tirar proveito de uma situação eventual.
Verdadeiros absurdos sobre a Amazônia foram ditos neste dia. Coisas que não têm nada a ver com a região e muito menos com os interesses daqueles que moram nela que tem a maior área e é a mais distante no atendimento das necessidades da população. Isso deveria, verdadeiramente, interessar para os resultados de tanta vontade de saber o que é a Amazônia e o que precisa ser feito para entendê-la e, quem sabe, protegê-la.
Pessoas irresponsáveis, que não procuram saber das necessidades da população da região, ocupam o tempo que têm falando asneiras, fazendo besteiras, coisas que não dá para aproveitar por ninguém daqui ou de outra qualquer parte do Brasil ou do Mundo.
Tive a oportunidade de ver nove governadores em uma reunião, em Brasília, sem saber o que pedir e sem saber o que fazer, mesmo ninguém reclamando deles, por entender que jamais, em qualquer tempo, se anteciparam aos problemas ambientais da região e ficam na espreita, na espera de uma ocorrência para declarar “calamidade pública”, não para atacar o problema iminente, mas para comprar sem licitação, superfaturado e ensaiar novos modos de afrontar a população com artimanhas que lhes possam favorecer a vida política ou financeira.
Dizem logo, os governadores, que não têm dinheiro para comprar um abafador ou um carro pipa, muito embora, cada um deles tenha uma camionete último tipo para ir de usa casa para o local onde deveriam trabalhar, ou mandar o ajudante de ordem ao mercado ou ao açougue.
As propostas que apresentam sempre são repetitivas e se centram na falta de recursos e, por conseguinte, no pedido de ajuda financeira para fazer a sua própria obrigação.
Se o meio ambiente fosse importante para esses governantes, eles já teriam elaborado um plano conjunto para manter a Amazônia conforme o desejo da população.
Mas isso não acontece; preferem ouvir a voz de ongueiros que, na maioria das vezes, são bem pagos e/ou alimentados pelo espírito aventureiro, sem conhecer nada da região, do seu povo e da importância para o Brasil e o mundo.
Ao invés de pedir instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) bos parlamentares da Amazônia deveriam alterar as suas propostas estratégicas e destinar as suas emendas parlamentares, individuais ou de bancadas, para construir uma estrutura de proteção ambiental, com todos os instrumentos necessários para combate às agressões que são feitas pelos que, deliberadamente, pretendam influir no equilíbrio ambiental da Amazônia, ou quando de uma necessidade por decorrência do clima.
A Amazônia sempre esteve nas costas e custas do ribeirinho e do índio, eles estão precisando de ajuda calculada e não de ações oportunistas, principalmente de políticos regionais e/ou estrangeiros.