Um incidente marcou a viagem de Macapá para Brasília, com escala em Belém e Carajás quando, durante os procedimentos para o pouso em Carajás, um urubu entrou no bico frontal da aeronave da TAM, prejudicando a estabilidade da aeronave e retendo o avião no solo do aeroporto de Carajás por 48 horas.
O pouso em Carajás aconteceu pouco depois das 16:30 horas sem que os passageiros soubessem o que tinha acontecido. Só depois, quando em terra, todos os passageiros perceberam a movimentação externa e o isolamento da aeronave, para que fosse feita a perícia pelos técnicos que haviam sido chamados pelas empresas.
Todos os passageiros que não se destinavam para Carajás foram encaminhados para hospedagem em um hotel da cidade no aguardo de uma equipe de manutenção da TAM que viria de São Paulo. A equipe chegou e verificou que todo o bico da aeronave precisava ser trocado para que a viagem continuasse.
No outro dia, depois do meio-dia, chegavam ao aeroporto de Carajás os técnicos trazendo o novo bico para que fosse substituído.
Ás 19:30 horas deste segundo dia, os passageiros foram convidados ao embarque para que a viagem para Brasília fosse retomada, o que aconteceu, apesar da desconfiança de alguns passageiros que preferiram ficar a espera de outra aeronave.
Nós seguimos viagem e chegamos no começo da noite em Brasília para, no dia seguinte, pela manhã, irmos até à sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI) entregar o oficio n.º 002/99-GABIN, datado de 11 de janeiro de 1999 e assinado pelo presidente da Federação das Indústrias do Amapá (Fiap) e de seis dos sete sindicatos a ela filiados, com a solicitação de apoio ao senador Fernando Luiz Gonçalves Bezerra, presidente da Confederação Nacional da Indústria.
O ofício, tratando da BR-156, sua importância como instrumento de desenvolvimento regional, e internacional, com um histórico, uma descrição da situação atual, sua importância para o Estado do Amapá e, ao final, solicitava apoio para que fosse mantido, no orçamento do ano, 50 milhões de Reais, que à época correspondia a 50 milhões de Dólares.
O presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, havia assumido no dia 1.º de janeiro o cargo para um segundo mandato e anunciava um “Programa de Ajuste Fiscal”, com profundos cortes no orçamento, inclusive nos recursos alocados para o Projeto Brasil em Ação, onde estavam incluídos os recursos para a BR-156.
O presidente da CNI, Fernando Bezerra, terminou o oficio n.º 027/99-GPB, de 19 de janeiro de 1999, assim: “apesar das conhecidas dificuldades que o País atravessa, impedindo ou adiando a realização de obras da importância da BR-156, gostaria de registrar que esta Confederação, conforme pleiteado por Vossa Senhoria, estará unida às demais forças que se posicionam em favor desta justa reivindicação”.
Na volta de Brasília consolidamos a proposta de que o engenheiro Rodolfo dos Santos Juarez precisava ficar mais livre para tratar de outras iniciativas visando a liberação dos recursos para a BR-156.
A Associação Comercial e Industrial do Amapá (ACIA), entidade que tinha o engenheiro Rodolfo dos Santos Juarez como diretor, programava para o dia 8 de fevereiro de 1999, o seminário “A BR-156 e sua Importância como Instrumento de Desenvolvimento”, que foi realizado no Auditório Stephan Houat, no prédio da ACIA, com a presença de painelistas como: Walter do Carmo, Hélio Penafort, Amaury Farias, o secretário de estado dos Transportes Ruy Smith, e o senador Gilvan Borges.
A “Carta da BR-156”, resultado do seminário, foi assinada em 8 de fevereiro de 1999 por todos aqueles que participaram do seminário, inclusive os diretores da Federação das Indústrias do Amapá.