O ambiente está modernizado, com outra proposta, variedade nos negócios e pronto para ser admirado.
Construído durante o governo de Janary Gentil Nunes, o Mercado Central de Macapá foi inaugurado no dia 13 de setembro de 1953, quando era prefeito de Macapá, nomeado pelo governador, Claudomiro Moraes, que foi prefeito de novembro de 1952 a 31 de dezembro de 1954, como um espaço de compras de alimentos e se tornou, também, um espaço encontros de pessoas por muito tempo.
Na primeira versão, a divisão do espaço interno do Mercado Central compunha-se de 16 talhos para venda de carne bovina e suína, onde também ficavam expostas para venda as vísceras dos animais. Havia também espaço para preparação e comercialização de lanches, os mais diversos, consumidos pelos trabalhadores de dentro e das proximidades do Mercado, inclusive da Doca da Fortaleza.
Naquele tempo, famílias japonesas vieram para Macapá e foram orientadas a trabalhar no Mercado Central por causa da concentração de pessoas, da localização estratégica – próximo à Doca da Fortaleza e ao Trapiche Eliezer Levy –, por onde desembarcava parte dos produtos que passaram a ser vendidos no mercado.
O estacionamento amplo permitia a manobra de veículos como caminhões de carrocerias cobertas e que transportavam a carne para o mercado central onde chagavam por volta das 14 horas. Houve tempo em que as filas eram grandes e as pessoas marcavam seus lugares com pequenas pedras e todos respeitavam a marcação.
Os primeiros reparos foram feitos em 1965, sob a orientação do prefeito Alfredo Oliveira que esteve à frente da prefeitura de Macapá por 6 meses, de julho a dezembro daquele ano. A primeira reforma, com melhorias, inclusive colocação de azulejos nos boxes, foi autorizada pelo prefeito Heitor de Azevedo Picanço, em 1958. Heitor Picanço foi prefeito de 01/01/1957 a 30/03/61.
O Mercado Central desperta a memória de observadores do cotidiano para diversas histórias que tem esse monumento. Nativos e imigrantes foram protagonistas, durante muito tempo, das atividades de comércio e serviço que se desenvolviam no local, especialmente com a venda de carne (bovina e suína), verduras e produtos de mercearia, daí a lembrança que se tem do Bar Du Pedro, Clipper Bar, Banca de Revistas Cinelândia, Mercearia do Chaquib, Sapataria do Irmão, Sapataria Chic, Ervanaria Amazônia, do Salão Latino Americano, depois Salão Diplomata, da Farmácia Droga Norte, entre outros.
O Clipper Bar era um local de venda de lanches, sucos, inclusive de cana, localizado na frente do Mercado Central. Servia de ponto de parada para os primeiros carros de transporte coletivo (ônibus e micro-ônibus). Por algum tempo também serviu de terminal de ônibus. Nessa época a Rua Cândido Mendes ainda não era asfaltada.
O espaço entre o Mercado Central e o Clipper Bar forma uma praça que recebeu o nome de Theodoro Mendes, em homenagem ao prefeito que governou Macapá de novembro de 1896 a Janeiro de 1914.
Em 1982, quando Macapá tinha como prefeito Murilo Pinheiro, foi feita a última grande reforma no mercado. Depois, principalmente após o ano 2000, o ambiente do mercado foi se deteriorando chegando ao ponto de ter a sua parte interna completamente fechada em 2015 e anunciada a reforma que foi entregue ontem, dia 16 de janeiro de 2020, com alterações no ambiente interno e novo visual na parte externa, inclusive com a construção de uma fonte de água que, principalmente pela parte da noite, apresenta multicoloração tanto na fachada como na bica que serve de fonte d’água.

O Mercado Central que a população vai ver
Ampliado e revitalizado, um dos cartões postais da cidade, ganhou novos ares, novos espaços. Porém, mantém a sua arquitetura colonial. Em sua área total, o monumento conta com 63 boxes, sendo 21 quiosques com divisórias em vidro e mais 3 ilhas na área térrea, 24 no espaço superior (mezanino) e 15 boxes no entorno. O novo mercado terá ainda espaço para shows, elevador de acessibilidade, novas escadas, telhado termo acústico, piso em porcelanato e, na parte externa, calçadas por toda a área do entorno, além de um espaço de jardim na entrada.
Além da variedade de produtos tradicionais como verduras, frutas, peixes, carnes, ervas e especiarias, o local ganhou a inclusão da área para a comercialização de artesanato, espaço gourmet, chopperia, sorveteria, tapiocaria, hamburgueria, café, produtos fitness e aquela boa e velha batedeira de açaí do bom.
Para os amantes da tradição, a Prefeitura de Macapá garante no entorno frontal esquerdo o Bar Du Pedro, a Cabana do Preto Velho, além de sapatarias; do lado direito a barbearia do Diplomata, a lanchonete do Aldemar, entre outros empreendimentos históricos.
De acordo com o prefeito Clécio Luís, a reabertura do monumento significa um momento histórico para o macapaense.