Rodolfo Juarez
A semana que passou encerrou um capítulo da história que tem como protagonista o novo coronavírus, aquele que leva à Covid-19, com a exoneração do ministro de Estado da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que entendeu em algum momento de sua curta passagem pelo Ministério, que poderia ser sustentado pelos apoios externos nas suas posições contra aquele que o escolheu como colaborador na gestão.
Enquanto isso o vírus das justificativas oficiais continua desafiando os lembrados cientistas que pedem prazo, um prazo que os políticos brasileiros dos tempos atuais não estão acostumados a esperar, pois as necessidades que alegam são para ontem e sempre tendo em seus argumentos, dinheiro, muito dinheiro.
Os governadores dos estados brasileiros, com raras exceções para justificar a regra, sabendo que podem manipular os prefeitos municipais devido as suas carências e dependências, levam os verdadeiros responsáveis pela orientação da população, para seus palácios e, lá, fazem tantas promessas que sabem jamais serão cumpridas.
Mas os governadores querem plateia e motivo para tentar saquear a União e, com o dinheiro necessário para outras aplicações, pretendem cobrir ou encobrir os seus desmandos, neste momento especial que está podendo comprar o que não precisa, sem licitação, juntamente com que alega precisar, mas sem confirmação de quantidade e urgência.
Aqui no Amapá, a todo esse conjunto de questões ainda se junta ao modelo socialista-trabalhista, instalado desde 1995, portanto há 25 anos, 3 meses e 20 dias, para a gestão dos interesses que deveriam ser do povo, usando dinheiro dos orçamentos públicos do estado, que já ultrapassam 65 bilhões de reais no período destacado.
Os socialistas do PSB e os democratas trabalhistas do PDT que têm sido eleitos, alternadamente, ao logo destes 25 anos, pela maioria dos eleitores amapaenses para bem aplicar o dinheiro dos tributos pagos pelo povo, não apresentam o resultado esperado e, por isso, precisam ser oportunistas, incrivelmente traiçoeiros e escandalosamente irresponsáveis quando uma novidade se lhes é apresentada.
Claro que não se está querendo que a disputa dos cargos que almejam lhes seja proibida. Não. Não é isso. Afinal estamos num país democrático, onde a vontade do povo precisa ser respeitada.
Pena é que esse respeito só é exigido até a posse. Tomou posse, o governante daqui acha que não precisa mais atender às necessidades da população, mas precisa, isso sim – acharam e acham eles –, que podem fazer o que quiser, mesmo que transforme em pó, ou sabe-se lá no que, o rico dinheirinho do povo. E, quanto mais, melhor! Assim entendem esses dirigentes que falam em democracia, mas gostam do autoritarismo.
Aliás, nessa época do coronavírus, a força tem sido o grande escudo do governador atual, que coloca a polícia contra o povo, independente do maltrato produzido por uma corporação que está treinada para entrar em conflitos, dissolver confusões, além de reprimir crimes. Acontece que agora estão os PMs tendo que fazer o que não sabem, mas como são especialmente treinados para cumprir ordens, acabam fazendo.
A sensibilidade dos governantes é tão acurada para a ordenança, que o debate foi completamente extirpado do processo. Como também o entendimento do que é essencial, uma situação relativa, do que não é essencial. Tanto que a educação para os governantes atuais não é essencial. Convenhamos: uma aberração humana!
Mata-se, inclusive, a galinha dos ovos de ouro, quando mantém fechado o comércio e o serviço, responsável pela riqueza que representa 84,5% do PIB do Estado do Amapá.