Rodolfo Juarez

A população está ficando muito assustada, e com razão, pelo aumento do número de pessoas infectadas pelo novo coronavírus e de pessoas que estão morrendo por ataque desse vírus ou por doenças que podem ter sido agravadas pela covid-19.
As medidas tomadas pelas autoridades, tanto do estado como dos municípios não surtiram os efeitos esperados e, em verdade, não dá nem para culpar quem quer que seja, muito embora se conheça o nome e o sobrenome daqueles que teriam que ter agido preventivamente e objetivamente.
Considerando os números relativos que são usados pelas autoridades nacionais para definir as situações de alerta, atenção e emergência, o Estado do Amapá está entre os estados em situação de emergência.
As mortes de pessoas mais próximas estão deixando a população em alerta e, agora, dispostas a cooperar com aqueles que têm a atribuição de zelar pela segurança e a saúde de todos da população.
Agora, no final desta semana, o Ministério Público Estadual propôs uma Ação Civil Pública com pedido de tutela provisória de urgência, e o Judiciário local deferiu a liminar para que tanto o governador como o prefeito de Macapá, o município onde há o maior número de infectados no estado, providencie para que os decretos baixados sejam eficazes e logo, uma vez que, pelo menos até agora, não ofereceram os resultados prometidos.
De outra parte os governantes, com apoio das bancadas parlamentares federais e estaduais, bem como, no caso do prefeito, as bancadas de vereadores, têm pugnado por apoio financeiro para aplicar no combate ao inimigo invisível e comum de todos. Os recursos foram garantidos e a eficácia das ações não foi registrada.
Mesmo neste cenário, em uma semana foram anotadas duas operações policiais, uma da polícia federal – a “Chão de Vidro” –, e outra da polícia civil – a “Negócio da China”. As duas por indícios de superfaturamento, entre outros itens. Isso é grave. Agora os governantes estão com a possibilidade aberta de comprar por emergência e com dispensa de licitação.
Outro que não colaborou foi parte da população. Tiveram que sair para buscar o auxílio do Governo Federal e outros auxílios financeiros nos bancos e, nesse momento não receberam orientação ou fiscalização para cumprir um dos itens mais comuns nos decretos do governador do estado e do prefeito de Macapá, o item “fique em casa”.
Agora, com o leite derramado, todos têm que partir para recuperar o que puder. O tempo certamente não dá para recuperar, mas o comportamento sim.
A população precisa entrincheirar-se em casa e não esperar o ataque do inimigo invisível. Tem que avançar, organizadamente, no sentido de esmagar a possibilidade de contaminação, obedecendo às orientações das autoridades médicas e, também, das autoridades administrativas, no sentido de preservar a vida; se não for assim, poderemos perder mais um embate e esperar que outros ganhem a guerra por nós.