O encontro virtual foi para abordar sobre o uso do tratamento terapêutico na fase inicial do combate ao Coronavírus.
O prefeito de Macapá, Clécio Luís e a secretária de Saúde, Gisela Cezimbra, participaram de videoconferência realizada entre o Comitê Médico do Amapá, representado pelos médicos Pedromar Valadares e Ana Chucre, e profissionais da área de saúde do Estado do Espírito Santo, presidida pelo senador Marcos do Val. Clécio relatou sobre os resultados que o município de Macapá vem tendo com o uso do tratamento precoce desde que adotaram o protocolo de atendimento, nas Unidades Básicas de Saúde.
“Fomos procurados pelo comitê que estudava formas de combater esse vírus, que apresentou esse conjunto de remédios e tratamento, que deve ser aplicado na fase inicial, nos primeiros sintomas, e que não são agressivos aos pacientes. Esse tratamento vem dando resultados positivos, pois possuímos a maior taxa de incidência de Coronavírus [a cada 100 mil habitantes], mas com a menor taxa de letalidade [mortes causadas pela doença] desde que adotamos essa medida”, informou.
De acordo com a médica cardiologista Ana Chucre, que faz parte do Comitê Médico do Amapá, o protocolo de tratamento foi apresentado ao governador e ao prefeito Clécio, apresentando estudos e demonstrando que não havia riscos para o uso na fase inicial da doença.
“Reunimos os colegas da área de saúde para analisarmos estudos para encontrar um tratamento, pois sabemos que uma vacina levará tempo para ser feita, e conversamos com vários colegas pesquisadores. O nosso protocolo já vem sendo utilizado por vários colegas da área”, comunicou.
“A importância aqui no Amapá é que conseguimos mobilizar toda a rede de saúde, tanto pública quanto privada. Tivemos a aprovação do Conselho Regional de Medicina do Amapá e governo e prefeitura aderiram ao protocolo, e estão utilizando. Estamos conseguindo resultados para que a doença não se desenvolva para outra fase mais grave, o que ficaria mais difícil de conseguir salvar os pacientes, já que o Amapá possuía o menor número de leitos de Unidade de Saúde Intensiva do Brasil”, destacou a médica cardiologista.
A videoconferência teve a participação da doutora Vânia Brilhante, da Unimed do Pará, que respaldou o uso do tratamento. Depois que começaram a utilizar com seus pacientes, entregando o kit de remédios, viram bons resultados. Hoje, a unidade já fornece para mais de 50 municípios do Pará. “O que estamos tentando evitar é que mais pessoas morram”, disse.
O senador Marcos do Val agradeceu ao Comitê Médico do Amapá e ao prefeito de Macapá pela troca de experiência e informações sobre o uso do tratamento precoce. Ele destacou que o Espírito Santo irá também adotar o tratamento em suas redes de saúde. O critério será dos médicos de utilizá-los.
“É importante ouvir o relato de vocês e saber que estão conseguindo resultados positivos. Acredito que buscamos com tudo isso salvar vidas. É importante ver que nossos profissionais da saúde e pesquisadores estão em uma luta diária para combater esse vírus. Saber que aí, em Macapá, que apresenta um número grande de contaminados, mas que vocês estão conseguindo ter poucas perdas, é uma esperança para todos nós”, observou.
Para o presidente do Comitê Médico do Amapá, Pedromar Valadares, a decisão pelo protocolo foi formada por um grupo de médicos e profissionais da saúde que não se conformaram em ficar de mãos cruzadas, esperando por um colapso da rede de saúde.
“Nós nos juntamos para encontrar uma saída. Em março, criamos o comitê, buscamos as autoridades e, por sorte, encontramos aceitação dos governantes, que deixaram ideologias e a politicagem de lado, e se concentraram em tentar salvar vidas, a fazer com que os pacientes não chegassem à fase mais crítica da doença, e, principalmente, com a ajuda dos colegas médicos que também aderiram ao tratamento precoce. Hoje, infelizmente, perdemos vidas. Mas nada comparado ao que poderíamos ter, caso não adotássemos esse tratamento”, relatou.
O Comitê Médico do Amapá participa de várias videoconferências com outros municípios e estados, como Alagoas, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins (a próxima será com Santa Catarina).
“O município de Macapá está se tornando uma referência no uso deste tratamento, principalmente pela forma como o adotou, e a população que acreditou e vem procurando as Unidades Básicas de Saúde logo nos primeiros sintomas, levando o kit de remédio para casa, receitado pelos médicos”, pontuou o prefeito Clécio.
Em Macapá, foram montados 4 centros básicos de Covid e em frente a eles estão farmácias móveis para disponibilizar aos pacientes com receituário (seja de unidade de saúde pública ou privada, ou de qualquer localidade) o kit de tratamento. Nas comunidades quilombolas e agrícolas, a prefeitura disponibilizou a Carreta da Saúde, que possui consultório, testes e farmácia.