Rodolfo Juarez
Eu ainda não informei aos leitores desta coluna que fui mudado de endereço para realizar as sessões de hemodiálise para enfrentar as dificuldades orgânicas devidas aos meus rins terem entrado em colapso suficiente para não fazer o papel que tinham no funcionamento de todo o meu organismo.
As sessões que eram feitas no quarto turno na Unidade de Nefrologia do Hospital de Clínicas Alberto Lima, na Avenida FAB passaram a ser feitas na Uninefro Amapá, clínica de nefrologia situada na Avenida Procópio Rola, 1315, uma unidade especializada contratada pelo Governo do Estado.
O ambiente atual é novo, sendo que os profissionais médicos são os mesmos que atendiam na Unidade de Nefrologia do HCAL e a maioria dos profissionais enfermeiros e técnicos em enfermagem também já era conhecida do local anterior.
Conforme os estudos levantados e a prática vivida tenho formada a concepção que as sessões de hemodiálise são necessárias, mas fazendo com menos eficiência o trabalho que era feito pelos rins, com o agravante da afetação de outros pontos da saúde da pessoa provocados com relativa violência fazendo com que haja manifestação de deficiência em outros órgãos do corpo, especialmente a anemia e a diabete, com repercussão na pressão arterial e no coração.
O acompanhamento precisa ser qualificado, especialmente no que ser refere à alimentação que, não obstante a essa constatação, o atendimento não é individualizado e nem acompanhado com um mínimo da realidade de cada qual.
A Clínica Uninefro Amapá conta com 32 máquinas em um salão dividido em 4 ambientes, com oito máquinas em cada, com uma das máquinas destinada ao paciente daquele horário. A capacidade é de 4 turmas de 32 pacientes cada, em quatro horários diferentes, dois pela manhã e tarde de segunda, quarta e sexta; e dois pela manhã e tarde de terça, quinta e sábado. Eu estou no horário da tarde (13:00 às 17:30) de segunda, quarta e sexta.
A experiência tem me levado a estudos sistemáticos para o enfrentamento da questão com um mínimo de conhecimento.
Tenho presenciado muitos problemas durante esse tempo que já somo fazendo hemodiálise – e alguns destes problemas não foram estancados pela equipe e o paciente acabou sendo internado no Hospital do Pronto Socorro de onde não voltou.
A novidade, agora, na Uninefro Amapá é que os acompanhantes não podem entrar com os seus pacientes. Os próprios paramédicos servem de acompanhantes para os cadeirantes e para aqueles que têm dificuldade de locomoção.
A atenção médica é a mesma que já experimentava na Unidade de Nefrologia do Hcal. Já o atendimento dos paramédicos é dificultado pelo número disponibilizado de profissionais. É adotada a estratégia de manter apenas dois técnicos em enfermagem para cada oito pacientes. Isso na ocasião do desligamento passa a ser uma corrida que coloca em risco a qualidade do serviço, com problemas recorrentes ou espera demasiada de quem passou quatro horas ligado a uma máquina de hemodiálise.
Mesmo assim a situação me está possibilitando a continuação da respiração com alguma qualidade de vida, mas sem deixar de ter o risco do próprio processo.