Rodolfo Juarez

A coluna “Opinião Pública” de hoje vai ser a mesma da primeira edição do Jornal Aqui Amapá, com a diferença que, naquela edição havia a publicação de cartas antes da “opinião”.
Era o início do ano de 2011 e, nessa coluna havia uma parte destinada às respostas dos leitores e, exatamente naquele dia duas cartas (estávamos iniciando) foram selecionadas para serem publicadas. Uma da dona de casa Maria José Nunes Santos, do Bairro do Trem, em Macapá, falando da expectativa do novo governo; e outra, do senhor Álvaro Cavalcante de Almeida, morador do Bairro Aturiá, em Macapá, alertando a Defesa Civil para as chuvas. Foram assim as manifestações em “cartas”:

Novo Governador
Agora é que eu quero ver se vai mesmo acontecer a mudança tão falada durante a campanha política. Aqui mesmo em casa os cabos eleitorais do agora governador Camilo Capiberibe disseram que irá ter essa mudança. Eu estou esperando que realmente aconteça. É preciso e não pode ser adiada.
Maria José Nunes Santos – Bairro do Trem (Macapá)

Chuvas
Tomara que a turma da Defesa Civil e da Prefeitura não enrole a gente. Estamos correndo sério risco de doenças, dificuldades em deslocamento e, até de mandar as crianças para a escola. A situação agora em janeiro, já é grave e, até agora, ninguém veio por aqui. Estou ficando desesperada com a situação.
Álvaro Cavalcante de Almeida – Bairro do Aturiá (Macapá)

Em “Opinião Pública” foram publicadas na 1.ª edição:
DISCURSO
O discurso de posse do governador Camilo Capiberibe na Assembleia Legislativa, nas primeiras horas do dia primeiro de janeiro de 2011, chamou a atenção por algumas obviedades e pela ausência de alguns temas, considerados cruciais para a vida pública do Estado do Amapá.

MUDANÇA
Mais uma vez o tema mudança foi destacado. Disse o governador: “Mudança! Esse foi o recado das urnas em 31 de outubro de 2010. No momento em que o Amapá vive a mais grave crise de sua história recente”. Disse também que assumia o Governo com a incumbência de promover a mudança.

TRANSPARÊNCIA
Não fixou data para a implantação da Lei Complementar nº 131/2009, a Lei Capiberibe. Disse apenas que, em janeiro, vai implantar o Portal da Transparência, contrariando a promessa de campanha de que implantaria logo no primeiro dia do seu governo. Disse que nesse portal da internet, estarão todos os gastos e arrecadações (disse nessa ordem) do governo.

DÍVIDA
Destacou que herdou uma dívida do governo anterior superior a um bilhão de reais “com empreiteiras, prestadores de serviços e muitos outros credores.” Disse também que essa dívida é resultado do descontrole dos gastos públicos decorrente da “irresponsabilidade com que o estado foi administrado”.

CORTE NOS GASTOS
Para atender necessidades da gestão afirmou que vai ser preciso adotar medidas de austeridade e cortes de gastos “com o enxugamento da folha de pagamento”. Alega que boa parte da receita do Estado está comprometida e inviabilizando, “quase que completamente”, a realização de investimentos.

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
Para os deputados deixou o recado claro de que conhece bem a Casa e que precisa de apoio para as medidas que vai encaminhar à Assembleia Legislativa. Não falou nada sobre os últimos escândalos sobre as diárias e não disse se pretende acompanhar de perto o desenrolar da apuração que é feita neste momento.

AEROPORTO
Para a administração que toma posse, o aeroporto de Macapá é “prioridade absoluta”. Não disse, entretanto, como vai manifestar essa prioridade, pois as medidas com relação à estação de passageiros, que está com a obra parada, são de responsabilidade da Infraero e que não está com previsão para a retomada das obras.

BR-156
Mesmo sendo uma obra de responsabilidade do Governo Federal, o novo governador tem planos para ela como, por exemplo, terminar o trecho que vai ao sentido Oiapoque (Norte do Estado) e iniciar a construção da parte da rodovia que vai ao sentido de Laranjal do Jari (Sul do Estado).

ESTRADAS ESTADUAIS
Com relação às estradas estaduais, não falou em Plano Rodoviário Estadual, mas deixou implícito e que esse projeto terá recursos do financiamento que o Governo do Estado tem autorizado para tomar do BNDES. Segundo o governador, há grandes chances de ser acessado esse recurso para essa finalidade.

NÃO FALOU
Camilo Capiberibe não falou o que pretende fazer com as obras que estão paradas como, por exemplo, as do Estádio Zerão, Cidade do Samba, escolas públicas na capital e no interior do Estado, e obras que são necessárias para o funcionamento da estrutura da defesa civil, principalmente em Santana.