No Amapá, 41,1% dos trabalhadores (ou 117 mil pessoas) estavam afastados do trabalho pela pandemia, a maior proporção entre as Unidades da Federação.
Entre os 286 mil trabalhadores do Amapá, em torno de 117 mil estavam afastados do trabalho e, entre estes, 64 mil estavam sem sua remuneração, o equivalente a 22,5% da população ocupada em maio de 2020.
No Amapá, 41,1% dos trabalhadores (ou 117 mil pessoas) estavam afastados do trabalho pela pandemia, a maior proporção entre as Unidades da Federação.
Em maio, a PNAD COVID19 constatou que 41,5% da população ocupada (ou 70 mil pessoas) trabalharam menos do que a sua jornada habitual, enquanto cerca de 8 mil pessoas trabalharam acima da média habitual. A média semanal de horas efetivamente trabalhadas (17,9h) no Amapá ficou abaixo da média habitual (37,5h).
Efeito similar foi observado no rendimento efetivo dos trabalhadores (R$ 1.342), que ficou 20,4% abaixo do rendimento habitual (R$ 1.685).
Em maio, 61,8% dos domicílios do Amapá receberam algum auxílio monetário governamental relacionado à pandemia, no valor médio de R$ 1.028. Em maio, 226 mil pessoas apresentaram sintomas associados à COVID-19. Com isso, o Amapá mostrou o maior percentual (26,6%) de pessoas nessa condição.

Taxa de desocupação
Amapá tem a maior taxa de desocupação. Em maio, a PNAD COVID19 estimou que o Amapá contava cerca de 634 mil pessoas com 14 anos ou mais de idade, a chamada população em idade de trabalhar. A população na força de trabalho eram 339 mil, dos quais 286 mil eram ocupados e 54 mil desocupados. A população fora da força de trabalho somava 294 mil pessoas.
Com o total de desocupados em 54 mil pessoas, a taxa de desocupação do Amapá chegou a 15,8% em maio, a maior entre as Unidades da Federação.

Pandemia
41,1% dos trabalhadores do Amapá foram afastados do trabalho pela pandemia.
Entre os 286 mil trabalhadores do Amapá, 117 mil (ou 41,1%) estavam afastados do trabalho que tinham na semana de referência e 101 mil (ou 35,2%) estavam afastados devido ao distanciamento social. O Amapá apresentou o maior percentual (35,2%) de pessoas afastadas do trabalho devido ao distanciamento social, enquanto Rondônia foi a Unidade da Federação menos afetada (8,0%).
64 mil trabalhadores ficaram sem remuneração devido à pandemia.
Entre os 117 mil de trabalhadores do Amapá que estavam afastados do trabalho na semana de referência, aproximadamente 64 mil pessoas estavam sem a remuneração do trabalho. Este total representava 54,7% das pessoas afastadas do trabalho que tinham e correspondia a 22,5% do total de ocupados. Amazonas (60,2%) e Sergipe (58,7%) mostraram os maiores percentuais de pessoas afastadas do trabalho e sem remuneração.

Trabalho remoto
18 mil trabalhavam de forma remota no Amapá, em maio. Cerca de 58,9% do total de ocupados (ou 168 mil) não estavam afastados do trabalho. Entre os não afastados, 18 mil trabalhavam de forma remota (home office), o equivalente a 10,8% da população ocupada que não estava afastada. A média semanal de horas efetivamente trabalhadas fica abaixo da média habitual.
No Amapá, caiu o número de horas efetivamente trabalhadas pelas pessoas ocupadas e não afastadas. O número médio de horas habituais foi de 37,5 horas por semana, contra 17,9 horas semanais efetivamente trabalhadas. A maior disparidade entre as horas habituais e efetivas foi verificada no Amapá.
Em maio, 70 mil pessoas ocupadas e não afastadas (ou 41,5% desse contingente) trabalharam efetivamente menos horas que as habituais, no Amapá.
Na direção oposta, cerca de 8 mil pessoas ocupadas trabalharam efetivamente acima da média de horas de habituais, o que correspondia a 4,8% das pessoas ocupadas e não afastadas. Nas Unidades da Federação, este percentual variou de 1,4% em Roraima a 5,9% no Distrito Federal.

Rendimento efetivo
O rendimento efetivo dos trabalhadores é 20,4% menor que o rendimento habitual. O rendimento habitual de todos os trabalhos ficou, em média, em R$ 1.685, no Amapá, e o efetivo em R$ 1.342, ou seja, o efetivo representava 79,6% do habitualmente recebido. Pernambuco e Sergipe registraram as maiores diferenças, respectivamente: 77,6% e 77,8% entre o efetivamente e o habitualmente recebido.
Pessoas fora da força de trabalho devido à pandemia predominam no Amapá*
Em maio, havia 294 mil pessoas fora da força de trabalho no Amapá, dos quais 55,4% não procuraram trabalho, mas gostariam de trabalhar, e 42,9% não procuraram principalmente devido à pandemia ou porque faltava trabalho na localidade em que residia, mas também gostaria de trabalhar. O Amapá teve o maior percentual de pessoas fora da força de trabalho e que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho.
Ao somarmos a população fora da força que gostaria de trabalhar, mas que não procurou trabalho, com a população desocupada, temos 217 mil pessoas pressionando o mercado de trabalho em busca de alguma ocupação ou que estariam se tivessem procurado trabalho. Quando o motivo de não ter procurado estava relacionado à pandemia ou à falta de trabalho na localidade, o total foi de 180 mil pessoas.

Auxílio financeiro
61,8% dos domicílios amapaenses receberam algum auxílio monetário relacionado à pandemia. A proporção de domicílios amapaenses que receberam algum auxílio relacionado à pandemia foi de 61,8% do total. As Regiões Norte e Nordeste foram as que apresentaram os maiores percentuais, 55,0% e 54,8%, respectivamente. Entre os auxílios estão o Auxílio Emergencial e a complementação do Governo pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. O valor médio recebido pelos domicílios, no Amapá, foi de R$ 1.028. Cento e cinco mil pessoas (105 mil) apresentaram sintomas conjugados associados à COVID-19.
Nos domicílios pesquisados pela PNAD COVID19 em maio, foi perguntado a todos os moradores se, na semana anterior à entrevista, algum deles apresentou: febre; tosse; dor de garganta; dificuldade de respirar; dor de cabeça; dor no peito; náusea; nariz entupido ou escorrendo; fadiga; dor nos olhos; perda de cheiro ou de sabor; e dor muscular. Os sintomas foram informados pelo morador e não se pressupõe a existência de um diagnóstico médico.
Muitos estudos na área da saúde identificaram sintomas que podem estar associados ao vírus COVID19. Neste sentido, e seguindo esta literatura, foi possível conjugar os sintomas para apresentar um indicador síntese. Os conjuntos de sintomas utilizados foram: 1) perda de cheiro ou de sabor; 2) tosse, febre e dificuldade para respirar; 3) tosse e febre e dor no peito.

Síndrome gripal
Amapá tem o maior percentual de pessoas com sintoma de síndrome gripal. Em maio, cerca de 226 mil pessoas (ou 26,6% da população) mostraram algum dos sintomas de síndromes gripais. O Amapá teve a maior proporção de pessoas com esses sintomas.
Assim como o maior percentual de pessoas com algum dos sintomas conjugados de síndrome gripal que podiam estar associados à COVID-19 (perda de cheiro ou sabor ou febre, ou tosse e dificuldade de respirar ou febre, ou tosse e dor no peito): 12,4% ou 105 mil pessoas. Por outro lado, Mato Grosso teve o menor percentual de pessoas com algum sintoma: 5,4% ou 187 mil pessoas Mato Grosso do Sul, o menor percentual de pessoas com algum sintoma conjugado: 0,3% ou 9 mil pessoas.
Os percentuais de pessoas que informaram ter algum dos sintomas de síndromes gripais pesquisadas foram mais alto no Amapá (26,6%), Pará (21,3%), Amazonas (18,9%), Ceará (16,5%) e Maranhão (15,1%). Os mesmos estados apresentaram os maiores percentuais de pessoas com sintomas conjugados. 63 mil pessoas com sintoma buscaram atendimento no Amapá.
Cerca de 28,0% (ou 63 mil) das pessoas com algum dos sintomas pesquisados procurou atendimento em estabelecimento de saúde, percentual que foi de 39,9% entre aqueles que apresentaram algum dos sintomas conjugados (ou 42 mil pessoas).
Fonte: Unidade Estadual do IBGE no Amapá.