Rodolfo Juarez
Que venha 2021.
Precisa e tem que ser melhor que 2020. Chega de tanto sofrimento para a população amapaense, brasileira e mundial.
A pandemia deixou os povos mais atentos e mais precavidos. Custou para que os estudiosos e cientistas reconhecessem que o novo coronavírus merecia um enfrentamento de choque, com armas que ainda não existiam e que a ciência tinha que dispor, pois, de outra forma não se encontrava uma maneira apropriada para a luta.
No Amapá o vírus pegou um grupo de combatentes mal treinados, sem contar com arma eficiente. Virou uma luta de “cabra-cega”. Os primeiros movimentos no sentido de ataque foram desorganizados. Nem a proteção mínima estava à disposição dos “soldados da saúde”.
Mesmo assim, médicos e paramédicos se voluntariaram e partiam para o ataque enquanto os equipamentos de proteção eram providenciados.
Nosso sistema de saúde estava nu.
Vidas começaram a ser perdidas. A grande imprensa do sul do país começou a caçar culpados como se isso fosse a medida mais importante. Não sabiam o que fazer, falar ou escrever; faziam, falavam e escreviam tudo errado.
Nesse ambiente a vaidade de algumas autoridades brasileiras chegaram à frequência máxima, se aproximou da estupidez na defesa de suas opiniões, a maioria delas sem estrutura que protegesse o que faziam ou mandavam fazer.
Lá no começo, quando ainda não se tinha identificado a pandemia, as defesas extremadas defendendo a realização do carnaval, tinham como núcleo da defesa os gastos já feitos para que a “folia” fosse realizada “pois davam uma injeção na cambaleante economia local”.
As autoridades, todas elas, defendiam a tese da realização do carnaval em Macapá, no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Salvador e em tantas outras cidades brasileiras.
Era o ambiente que o vírus precisava.
Depois do carnaval começaram a pipocar os casos que, mais tarde, viriam a ser diagnosticados como doença provocada pelo novo coronavírus que iniciara na China e que, dali havia se espalhado por todo o mundo.
De março em diante, depois do carnaval, é que as notícias vindas da China, Itália, França e de todo o resto do mundo anunciavam a gravidade do ataque às pessoas que nada poderiam fazer.
Primeiro a epidemia, depois a pandemia e até esse momento as autoridades, boquiabertas, sem saber o que fazer. A onda atravessou o oceano, chegou às Américas, invadiu o Brasil e desembargou no Amapá.
A estatística virou lição de todos os dias nos jornais. As diversas colunas formavam um macabro noticiário que mais assustava do que orientava. Os números cresciam, o medo crescia.
Desde agosto que os chefes de estado começaram a divulgar que os cientistas haviam isolado o vírus, desenhado a sua forma e passou a ser a marca de todos os noticiários, inclusive aqueles que pregam o caos do quanto pior melhor.
Em outubro se começou a falar em vacina e desde lá as populações esperam ser imunizadas para bradar o grito da liberdade.
Que liberdade que nada. Os governos entenderam que as vacinas imunizantes iriam ser pagas a “peso de ouro” e a situação virou questão de economia para laboratórios e países.
As ricas economias fizeram as suas reservas. Aqui no Brasil, o governador do Estado de São Paulo reservou para a população do Estado. Queria ser protagonista em uma situação que nada tem a ver com protagonismo ou primazia.
Vai terminar o ano de 2020 e os governantes brasileiros ainda montam a estratégia que pode lhes render votos.
Uma vergonha!