Rodolfo Juarez
Afinal, em que tempo e com quanto de recurso financeiro se poderia disponibilizar para equilibrar a necessidade da realidade atual?
A precária infraestrutura atual não suporta duas horas de chuvas fortes sem que a população, que vive ao nível da cota 2, seja abalada por alagamentos que prejudicam os empreendedores que estão instalados nas áreas que escolheram para os seus negócios e que pagam as licenças – que não são poucas –, para continuar em um constante desafio com a natureza, sem que o poder público, tanto o municipal como o estadual, apresente qualquer proposta de solução para os problemas.
Parece que dirigentes públicos se acostumam com esses problemas e viram as constas para a população, esperando por um milagre que nunca vem, e uma oportunidade que fica na barreira política.
Esses dirigentes são vencidos pela primeira ocorrência e quanto mais tempo têm, mais disfarces são usados, seja desviando a atenção da população para aqueles problemas que pode resolver, ou vê que outras pessoas se dispõem a realizar aquilo que é a obrigação deles.
Organizar a cidade é o dever dos dirigentes municipais. Mas, a primeira providência que toma é procurar os erros dos dirigentes anteriores e divulgar para a população, como se entendesse que isso interessa para alguém alem dos ajudantes que trabalharam durante a campanha eleitoral.
Até os secretários, os coordenadores de primeiro escalão entram na onda do ataque. Os leitores lembram as acusações recentes e recíprocas entre dois secretários municipais de obra?
Pois bem, os dois estavam e continuam errados: o secretário que saiu recentemente não usou o seu conhecimento para resolver os problemas que estavam nas vias do centro de Macapá, e o secretário que entrou não sabia da existência do problema e nem procurou saber.
Esse exemplo mostra um daqueles problemas que precisam ser resolvidos durante o mandato, e que não foram. Trava-se uma batalha inglória onde todos perdem, inclusive a população que sempre quis a solução.
Se for procurar saber o histórico dos alagamentos no centro da cidade, quando tudo isso começou, torna-se um problema insolúvel. Os dirigentes se valem de soluções políticas, e não da técnica de engenharia e do conhecimento pretérito. Desde o começo do problema, para entender que o assunto é complexo, mas que tem solução. Basta estabelecer a estratégia e entender que o problema não dá para ser resolvido em um mandato político.
Um grupo técnico permanente, ou enquanto durar os problemas, poderia ser criado e dimensionado para resolver os problemas de infraestrutura, poderia ser uma solução.
O financiamento desse grupo poderia ser feito por um programa especial, dos sistemas de financiamento de bancos de desenvolvimento, que também fariam parte desse grupo.
A cidade de Macapá não pode mais seguir desprotegida. Todos os habitantes conhecem a força das águas do rio Amazonas. O Araxá é um exemplo perfeito e acabado e que mostra o que os administradores do Município e do Estado precisam fazer.
Deixar a entrada dos canais assoreados ou de toda a sua extensão é uma pequena demonstração do tamanho do compromisso do prefeito e do governador, bem como dos secretários, tanto municipal como estadual, de secretarias que deveriam cuidar, em conjunto, da solução dos problemas, começando pelos estudos, para depois eleger os programas e projetos, e uma estratégia de execução viável para a solução desses problemas.
Enquanto a população de Macapá dispuser de um precário atendimento e um atrasado sistema de gestão, nada melhora.