Josiel Alcolumbre

Não fosse a pandemia os amapaenses que gostam do carnaval estariam, nesta terça-feira, voltados para o desfile do Bloco “A Banda”, um dos grandes momentos do carnaval amapaense e que arrasta mais de 100 mil pessoas, e deixa outro tanto nas calçadas à espera para ver a Banda passar.
A Covid-19 deixa também a sua marca para a história do carnaval local que, em 2021 não viu o bloco passar, as escolas desfilarem e os blocos mostrarem como se brinca o carnaval de animação.
É uma marca que vai fazer muita gente refletir sobre um momento que proibiu aglomeração, exigiu o afastamento social e que impediu as comemorações. Mas foi compreendido por muitos dos foliões que, agindo conscientemente e coerentemente preferindo não criar problemas e atender a orientação das autoridades constituídas.
Olhar para trás e recordar que ainda não havia o registro de um carnaval como o de 2021. A segunda-feira gorda, a terça-feira gorda e a quarta-feira de cinzas, por decisão dos gestores, não foi dia de folia e os costumeiros foliões foram ao trabalho. Nada de feriado, nada de festas. Atenção para trabalho e para a necessidade de dominar a Covid-19 respeitando as medidas tomadas, tomando a vacina, respeitando a memória daqueles que perderam a luta contra o vírus do mal.
Muitos dessa geração não tinham vivido um tempo de pandemia. Um momento que exige respeito por todos: os que se foram; os que ainda lutam, denodadamente, pela vida e aqueles que podem proteger, a partir do seu comportamento social, todos os que ainda permanecem no esforço contínuo para proteger os empregos e estancar a pandemia e recuperar a economia.
O consolo para os que gostam muito do carnaval é a certeza de que, nos próximos anos o cenário será outro, o ânimo será outro e a festa será possível.
Agora, o momento é de respeito pela luta e pelo sacrifício daqueles que nos deixaram mas que continuam no coração de seus familiares e seus amigos.