Fernando França

A denúncia foi realizada ontem ao Ministério Público do Amapá pelo vereador de Macapá, Claudiomar Rosa, do Avante, após clínicas de fisioterapias festejarem em redes sociais a vacinação de seus servidores logo depois que a prefeitura de Macapá suspendeu a imunização de idosos alegando falta do produto.

O parlamentar sustenta que as clinicas que comemoraram a vacinação fizeram a imunização de servidores que não estão diretamente vinculadas aos critérios de prioridade, como os de setores administrativos.

A denúncia alega ainda que os planos Nacional e Estadual de imunização não estão sendo cumpridos pela prefeitura de Macapá, nem mesmo as recomendações do Ministério da Saúde e Organização Mundial de Saúde (OMS), que levam em consideração a ordem de prioridade na vacinação.

O documento protocolado no MP atenta para o fato também de que a vacinação de idosos acima de 60 anos foi paralisada sem qualquer aviso prévio, já que a PMM havia divulgado o calendário para vacinação deste grupo de idosos.

“Somos a favor que todos tenham acesso a vacina, mas ainda não temos vacina para todos, por isso, o plano municipal e as prioridades devem ser respeitadas. É inadmissível que no mesmo dia em que a PMM suspende a vacinação para idosos, pessoas estavam sendo vacinados em clínicas particulares. Precisamos apurar e responsabilizar que tiver que ser responsabilizado!”, disse o vereador.

A denúncia se baseia ainda nas recomendações do Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização (Sage), que subsidiou o Ministério da Saúde quanto à definição dos grupos prioritários para vacinação.

“Os trabalhadores da saúde, em especial os que atuam em linha de frente dos serviços de saúde de atendimento a casos suspeitos e confirmados de covid-19, encontram-se dentre os primeiros trabalhadores essenciais no fomento de assistência à sociedade, que correm riscos excepcionais durante uma pandemia”, sustenta o documento.

A prefeitura de Macapá, nega irregularidades e justifica que trabalhadores da saúde das clínicas particulares são vacinados com a AstraZenica e que os idosos devem ser vacinados com a Coronavac, por orientação do Ministério da Saúde.

No entanto, tanto Fundação Oswaldo Cruz quanto a OMS garantem e recomendam a aplicação da AstraZenica em idosos. “As indicações incluem a aplicação em pessoas a partir de 18 anos de idade, sem limite de idade e gestantes em alto risco de contrair a infecção”, amparam as organizações citadas no documento.

Segundo a denúncia, vacinas para imunização de idosos pode estar sendo usadas em profissionais não listados como prioridade