Fernando França
O vai e vem da campanha de vacinação em Macapá contra o novo coronavírus está causando transtorno na população ainda a ser vacinada, tanto na área urbana quando em comunidades quilombolas. Sem saber lidar com a quantidade exata das doses das vacinas que possui, a prefeitura de Macapá deixa centenas de pessoas esperando horas nas filas em postos espalhados pelo município.
Além das falhas que vem ocorrendo na vacinação dos moradores da área urbana da cidade, a PMM também não possui planejamento de como lidar com a vacinação nas comunidades quilombolas.
Por conta de várias denúncias ocorridas sobre os “fura filas”, os coordenadores da campanha optaram por suspender a aplicação da vacina em todas as localidades remanescentes de quilombo.
A decisão partiu da intervenção do Ministério Público Federal e Estadual, a pedido do Conselho Nacional de Articulação de Quilombos (Conac). Ambas as entidades cobram da prefeitura de Macapá ajustes na campanha e planejamento ordenado na vacinação.
Segundo diretores do Conac, a culpa pelos transtornos é de quem organizou a vacinação sem falar com a comunidades.
A falta de um planejamento eficiente também está atingindo diretamente a população urbana. Após suspender várias vezes a vacinação de idosos a prefeitura também suspendeu a vacinação de pessoas com comorbidades alegando falta de vacina.
“Não entendo porque a prefeitura não planeja a vacinação em cima das doses de vacina que possui e trabalha com a distribuição de senhas para não deixar pessoas esperando na fila o dia todo”, reclamou o autônomo Lígio Bandeia de Oliveira.
Para receber o imunizante é necessário a comprovação da doença pré-existente. As pessoas com essas condições clínicas e comorbidades deverão ter feito o pré-cadastro no link (https://bit.ly/3uGPgt2), disponível no site da Prefeitura de Macapá.
Em Macapá, segundo informações da Semsa (Secretaria Municipal de Saúde), há vacinas somente para atender idosos que ainda precisam tomar a segunda dose para imunização completa.