Josiel Alcolumbre
Jornalista
Os próximos três ou quatro meses serão de expectativas pela decisão do TSE em autorizar o funcionamento do União Brasil e dos integrantes, com mandato, dos dois partidos que já se fundiram em um só, DEM e PSL, para o nascimento do União Brasil, se acostumarem com a realidade que está posta, ou mudarem de planos às vésperas das eleições de 2022.
Neste aspecto o eleitor vai precisar de muita explicação para entender os motivos que levaram à fusão de dois partidos tão importantes, especialmente o DEM, uma continuidade do PFL, que foi o abrigo daqueles que não estavam satisfeitos nem com o MDB e nem com a ARENA, quando o Brasil propagandeava a Nova República que nascia depois da ditadura militar começada em 1964 e que durou 21 anos.
Também o PSL, um fenômeno eleitoral depois de conhecidos os resultados das eleições de 2018, teve que conviver com personalidades, como a do presidente do partido e do presidente da República e com o ótimo número de deputados federais e senadores, alguns estreando na política e recebendo do eleitorado um mandato para exercer.
Foi assim, também, na esfera da disputa regional, especialmente com relação aos governadores e, um pouco menos, nas assembleias legislativas.
O DEM mais estável, e em função também disso, acabou por dominar as eleições internas, tanto na Câmara como no Senado, elegendo dois dos seus filiados para o comando das Casas: Rodrigo Maia, para a Câmara dos Deputados, e Davi Alcolumbre, para o Senado da República.
O Poder político concentrado em um único partido, o DEM, provocou situações incomuns e que exigiram tomadas de decisão que permitiram o surgimento de alas, tanto no DEM (em menor número), como no PSL.
No PSL o debate interno provocou reações e as dissensões, esperadas em um partido que foi adotado pelo eleitor com critérios que, normalmente, não estão no programa e no ideário do partido, o critério da mudança.
A fusão, agora, é a forma buscada para que seja mantida, nas eleições de 2022, a performance mostrada no resultado eleitoral de 2018. Os idealizadores da fusão, entretanto, já perceberam que a engenharia dessa fusão é um trabalho árduo, cauteloso, com muitas variantes, complicado e cheio de versões que precisam ser adaptadas para integrar o programa e o ideário do União Brasil.