Rodolfo Juarez
Vejo a cada dia aumentar a propaganda oficial do setor público no Amapá. Me é passada a impressão, com elevação do nível do meu “sem dúvida”, de que se trata de uma artimanha, paga com o dinheiro público, para desviar a atenção da população para os problemas que se acumulam.
Não entendia, mas já começo a entender, a preocupação que têm os dirigentes públicos locais em esconder ou tentar esquecer o que prometeu em campanha e deixou para lá, apenas como promessa feita e que já sabia que se tratava de mais uma tentativa do “engana que eu gosto”.
Não é possível tentar esquecer dos problemas que se alastram, há anos, sem qualquer medida de contenção, sem qualquer providência de solução.
A proposta de resolução de problemas precisa ser setorial. Assim o assunto já é tratado no Orçamento Público Anual quando são destinadas as verbas listadas na Receita para atender as necessidades de cada um e de todos.
Nesse momento caberia a definição de prioridade, mesmo com as leis já definindo os mínimos daqueles para aqueles setores considerados importantes pela e para a população: educação e saúde.
Depois destes dois setores – educação e saúde –, a estratégia governamental poderia escolher, com mais liberdade, qual aquele setor que representa o melhor caminho para a entrada de recursos e a retroalimentação do processo de desenvolvimento, dando celeridade para os projetos prioritários e de interesse da população.
O principal setor reativo é o da segurança pública – polícias, corpo de bombeiro e apoios –, mais necessários, quanto menos supridas as necessidades na educação e na saúde.
Dentro de cada um desses setores é preciso encontrar a melhor sintonia, questão que, há muito, não é sequer identificada, discutida ou cuidada.
São conhecidos os problemas que os pais de aluno carregam. Não são raras as questões em que o pai ou a mãe são instados a cuidar de mandar ou ir levar os filhos à escola para competir com aqueles alunos em que os pais vão buscá-los e voltam juntos para casa.
Evidente que enfrentar essas situações na escola exige melhor preparo e muita dedicação do corpo docente e não só dos professores. Uma escola, no Brasil atual, precisa de um conjunto de profissionais para atuar e não apenas de o professor. Essa realidade os governantes, que prometem educação de qualidade, não cuidam.
Na mesma vertente está a saúde na relação do paciente versus médico, que se torna o atingível apenas por consultas marcadas, cada vez mais difíceis e cada vez mais distantes. Nesse tom o paciente se conforma em ser atendido por paramédicos, não raros desrespeitados e tementes de médicos.
Como nada disso vem dando certo, escamotear a verdade passa a protagonizar a administração que se vale das promessas para manter o status.