Rodolfo Juarez
Venho acompanhando, há bastante tempo, as campanhas políticas desenvolvidas no Brasil e, em especial, no Estado do Amapá, e observado que os candidatos não se preparam, também fisicamente, para o esforço máximo que terão que exercer durante a campanha.
Não raro, se observa que candidatos que não se preparam para a campanha, quando atingem a metade do período mais intenso, desistem ou querem dividir o esforço com um correligionário ou cooperador da campanha, situação que o eleitor não aceita e não perdoa, deixando o esforço inicial sem qualquer resultado.
O planejamento físico do candidato precisa ser construído juntamente com o planejamento financeiro, político, administrativo, contábil e jurídico.
A nomenclatura das eleições deste ano aponta duas eleições: uma chamada eleição regional, em que são eleitos, para cada estado e o Distrito Federal, um governador, um senador, deputados federais ou deputados distritais e deputados estaduais; e outra, eleição nacional, na qual é eleito o presidente da República.
No momento, vamos nos deter nas eleições regionais.
Duas destas eleições são nomeadas como majoritárias (governador e senador) e duas são nomeadas como proporcionais (deputado federal e deputado estadual).
Nas eleições majoritárias continuam permitidas as coligações, nos padrões já conhecidos, e um partido pode coligar com tantos que convencer, fazendo uma verdadeira frente de partidos, às vezes com dificuldade para o eleitor interpretar o ajuntamento das ideologias que se propõem a representar cada um dos partidos.
Nas eleições majoritárias ainda temos características diferentes. Para eleger o senador se diz que se trata de uma eleição de “um tiro só”, on seja, tudo se resolve no primeiro turno das eleições que, este ano, cai no dia 2 de outubro; no caso da eleição para governador, para ser eleito no primeiro turno (02/10), o candidato terá que obter a maioria dos votos válidos mais um, ou seja, ter maioria absoluta. Caso não tenha maioria absoluta haverá necessidade de uma eleição em segundo turno de votação que, este ano, tem data reservada para o dia 30 de outubro.
Nas eleições proporcionais os eleitores, no caso do Estado do Amapá, vão escolher 24 deputados estaduais e 8 deputados federais.
Nas eleições proporcionais estão as modificações mais fortes do processo de eleição. Os legisladores pretendem, com essas alterações, reduzir o número de partidos registrados no TSE que já chegou a 32. No TRE-AP estão registrados 26 partidos que estão aptos a disputar as eleições de 2022.
Pois bem, não há, entretanto, alterações quando à definição do Quociente Eleitoral (QE) e à definição do Quociente Partidário (QP).
A definição das vagas dos partidos depende dos números conquistados, por cada partido e por cada candidato, tanto no cálculo do QP, quando na distribuição do resto (vagas que sobram depois de apuradas as vagas pelo QP).
Para alcançar sucesso nas eleições o candidato deve estar disposto a andar por cada um dos municípios do estado, apresentando as suas propostas e convencendo o eleitor. O sucesso desta empreitada depende muito da resistência física do candidato para que não desacelere antes do tempo e esteja, no dia da eleição, disposto a conferir o máximo possível de suas adesões de campanha.