Rodolfo Juarez
Poucos lembram como era o espaço onde está construída uma das praças símbolo da cidade de Macapá, a Praça Floriano Peixoto, na área central da Capital, considerada pelos urbanistas, moradores das proximidades e a população amapaense como uma das melhores referência urbanas de todo o Estado do Amapá.
Construída em 1980, o plano executivo da obra de construção da praça Floriano Peixoto seguiu uma proposta preliminar inserida, como sugestão, integrando o Plano de Desenvolvimento Urbano de Macapá, Santana e Porto Grande, concluído em 1973, pela Fundação João Pinheiro, com sede em Belo Horizonte (MG).
Quando do governo do então Território Federal do Amapá, exercido pelo comandante Annibal Barcellos, governador nomeado (1979-1985), houve a avocação para o Governo do TFA a execução da obra.
O local era um grande poço, cortado por uma das mais importantes avenidas da cidade e que permitia, à população, o melhor acesso da área do Mercado Central com o bairro do Trem. Naquela época, início da década de 80, o meio de transporte dominante em Macapá era a bicicleta.
Um aterro, por terminar, definia o trecho da Avenida Henrique Galúcio entre as ruas Tiradentes e General Rondon, exibindo, no que é hoje o centro da praça, um poço de visita de mais de um metro de altura por um metro de diâmetro vindo de um projeto de esgoto/drenagem que não fora concluído e por onde as bicicletas passavam bem perto, em velocidade, devido ser o fim de uma descida e o começo de uma subida.
Toda a área onde hoje é o lago da praça era ocupada por um aningal, como aquele que hoje se vê na área de contenção de águas do Canal das Pedrinhas, às proximidades da Rodovia Josmar Pinto (antes JK).
Durante a construção se percebeu que havia, na área compreendida entre a Avenida Ataíde Teive e o prolongamento, hoje, da Avenida Henrique Galúcio, três importantes “olhos d’água” com vazão com capacidade de manter, permanentemente cheios, o que hoje são os dois lagos.
Essa observação técnica fez com que houvesse uma profunda modificação no projeto proposto inicialmente pela Fundação João Pinheiro. Os estudos passaram a ser feitos pela equipe de arquitetos e engenheiros da então Secretaria de Obras do Território, apresentando, ao final a proposta que foi executada e que se constituiu uma das áreas de lazer das mais importantes da cidade de Macapá.
A Av. Henrique Galúcio foi interrompida e a área molhada, constituída pelos dois lagos, teve destinação mais adequada: o lago menor para os pedalinhos e a maior para contemplação.
Foram aproveitadas todas as árvores que já estavam na área e plantadas outras, ornamentais e não ornamentais, inclusive os açaizeiros que lá estão.
Com a transformação do Território Federal do Amapá em Estado do Amapá, pela Carta Magna de 88, o Governo do Estado passou a administração da Praça Floriano Peixoto para a Prefeitura de Macapá, que não tem conseguido manter a praça como ponto de referência de lazer para a população.
Neste momento a praça está com a grama (ou capim) muito alto, árvores sem poda técnica, sem vigilância e sendo ponto de curtição de ressaca de bêbados, prejudicando a sensação de segurança que sempre foi a marca registrada daquele logradouro.
A prefeitura de Macapá precisa dar atenção para aquele local, pois a Praça Floriano Peixoto é muito mais que uma simples praça, é um símbolo da cidade que tem esbarrado na falta de cuidado dos gestores do município com um dos principais patrimônio dos macapaenses pelo que representa e pelo que é.