Rodolfo Juarez

Em manifestação expontânea, o governador do Amapá, Clécio Luis, disse que o carnaval é a maior expressão da cultura brasileira e a oportunidade de trabalhar em parceria é fundamental para o desenvolvimento do Amapá, por meio da economia criativa. A definição aconteceu durante a inauguração da Central do Carnaval, a propósito do ambiente composto por empreendedores, profissionais da costura, artesão entre outros.

A manifestação tem sentido pelo que se observa como retorno de eventos que atingem milhares de pessoas, mobiliza a economia de forma ao incrementar o movimento de bares, restaurantes, lojas dos locais de ensaios e o setor de transporte formal e informal, com ocupação de ambulantes exercendo suas atividades.

O Carnaval já é considerado um patrimônio imaterial desde fevereiro de 2020, quando o Conselho do Patrimônio Histórico decidiu, por unanimidade, que “as práticas carnavalescas traduzem saberes, fazeres e uma identidade coletiva que estabelece relações de pertencimento”.

O Carnaval tem como mote a ideia de subversão da ordem, na qual as coisas deixam de ser como são para, temporariamente, assumirem seu inverso. É um período no qual as pessoas entregam-se às festas e aos prazeres carnais para, em seguida, iniciarem a Quaresma.

O Carnaval transfora carreiras, pessoalidades e representatividades que, por vezes e momentos, passam por incógnitas no universo reluzente de uma festa que gera renda e demanda o ano inteiro, principalmente nos ambientes de maior concentração e de maior apelo e tradição.

São costureiras, aderecistas, pintores, escultores e um contingente de pessoas, algumas vezes sem a formação tradicional que compõem a equipe e fazem o Carnaval acontecer na forma como é esperado e sempre surpreendendo, mesmo os mais experientes e costumeiros participantes.

O carnaval, assim, além de ser uma tradição cultural brasileira, passou a ser um lucrativo negócio do ramo do turismo e do entretenimento. Milhões de turistas vêm para o Brasil, na época da realização desta festa, inserindo bilhões de reais na movimentação da produção e do consumo dessa mercadoria cultural.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que o Carnaval de 2023 movimente R$ 8,18 bilhões em receita, valor 26,9% maior que em 2021.

A indústria do carnaval, nome dado ao conjunto de atividades para a produção de fantasias, adereços e materiais para carros alegóricos, entre outros, movimenta R$ 6,25 bilhões em todo o País e ainda gera, mais de 20 mil empregos.

A demanda dos serviços turísticos, devido ao evento Carnaval, deve acumular 24,6 mil vagas temporárias voltadas para o carnaval de 2023.

Já, há muito, que o Carnaval se tornou um grande negócio. A transformação da comemoração em algo rentável mudou o patamar do evento e só aqueles que têm dinheiro, grana, bufunfa, conseguem participar. Como uma resposta a esse fenômeno, os blocos crescem, agigantam-se, sendo um jeito bem mais barato para você brincar.

O samba e as marchinhas carnavalescas foram grandes impulsionadores dessa festa popular entre os brasileiros. Algumas pessoas consideram que Paris tenha sido a cidade responsável por ter exportado o Carnaval para o resto do mundo.

Em Macapá, o desfile das escolas de samba vem desde a época em que a cidade era a capital do Território Federal do Amapá, é conhecido como Carnaval do Meio do Mundo, é um evento que faz parte do calendário cultural. O desfile das escolas de samba ocorre no Sambódromo de Macapá e dez escolas de samba participam do evento, sendo 6 do grupo especial e 4 do grupo de Acesso.

Macapá, também, tem forte desfile de blocos de animação, além do Bloco A Banda, que sai na terça-feira de carnaval.

Apenas à guisa de exemplo, o Carnaval também traz desvantagem: o glitter presente nas maquiagens, ao ser retirado no banho, vai direto para o rio, contaminando cadeias alimentares com toneladas de microplásticos.