Rodolfo Juarez
A imprensa, no Brasil, já foi claramente destacada como o quarto Poder da República, se alinhando no mesmo patamar dos poderes Executivo, Legislativo e o Judiciário e aos outros que lhes são complementares ou indispensáveis, como Ministério Público e a Advocacia.
Com a disseminação rápida das redes sociais e os erros estratégicos, especialmente de leitura, cometidos pelos órgãos de comunicação tradicional como a televisão, o rádio e o jornal escrito, facilitaram a busca, pela população, de informações nas redes sociais e quando não as tinham, criavam a informação.
As redes sociais se tornaram, assim, o principal instrumento de comunicação entre as pessoas que tinham ao seu dispor a informação literalmente à mão, com o uso do telefone celular.
Os mais jovens, impetuosos e curiosos por natureza, foram os primeiros a deixar o rádio, a televisão e os jornais para trás devido a natural facilidade que encontravam para interagir, verticalmente, entrando em contato com as fontes da notícia e, transversalmente, com os intérpretes da mesma notícia.
O jornal escrito foi o mais afetado porque, além de necessitar de um processo industrial para ser feito, o leitor ainda tinha que pagar pela informação no momento da aquisição ou como assinante.
As dificuldades se acentuaram conforme se disseminavam as redes sociais que, nos últimos anos, passaram a revelar o seu poder através de novidades inexploradas tanto pela televisão como pelo rádio e que aproximaram as redes sociais do milionário mercado publicitário.
Já no desespero, vendo as despesas superarem as receitas, jornais, rádios e televisão, abandonaram a independência editorial e passaram a buscar alinhamento político e, em muitos casos, político-ideológico para buscar condições para continuar no mercado.
Grandes conglomerados estabelecidos perceberam a necessidade de modificar os procedimentos que adotavam desde a sua instituição, reduzindo o valor dos contratos ou simplesmente dispensando suas “estrelas” ou se alinhando, primeiro discretamente, depois escancaradamente com um ou dois poderes da República com o objetivo de garantir a sobrevivência no mercado
Para quem era o quarto Poder, o alinhamento com quaisquer dos outros poderes instalados compromete a sua isenção, perdendo a sua independência e alinhando a sua linha editorial com este ou aquele Poder.
A relação alinhada entre a conhecida “imprensa escrita, falada e televisionada” e o Poder Executivo, caso mais comuns, passaram a comprometer a isenção da informação, seja ela de grande relevância ou sem relevância para a população.
Nesse momento e de forma atabalhoada, os do Poder Executivo vão buscar âncoras na legislação vigente e não as encontram e, por isso, vão ao Poder Legislativo para “criar novos caminhos para antigas questões” e, para tanto, “negociam” a forma que atende aos dois, o que pode, afinal, não atender os interesses da população que, através dos tributos, os paga a todos e espera que seus interesses sejam atendidos.
O fato é que as redes sociais continuam crescendo e os meios tradicionais de comunicação continuam em dificuldades para manter a sua missão original e estão sacrificando a sua independência, buscando arrego nos outros poderes e procurando influir para que a liberdade antes apregoada para as redes sociais não continue.