Josiel Alcolumbre – Jornalista
O Poder Legislativo do município é constituído pelos vereadores e a Câmara Municipal, com o papel precípuo de representar a população, destacando as suas necessidades e preparando as condições para atender aquelas necessidades.
Ao longo do tempo esse papel veio sendo alterado e passou a funcionar como um poder legalizador das manifestações do prefeito e legitimar as propostas ou vontades, algumas claramente absurdas.
Esse comportamento levou os prefeitos, logo que assumem o cargo para exercer o mandato de 4 anos, a ter como uma das primeiras providências, cuidar para montar uma “maioria” na Câmara para chamar de sua, nem que sejam utilizados meios que pouco ou nada têm a ver com o procedimento republicano.
Para os que formam a “maioria”, com raras exceções, são distribuídos cargos na prefeitura e assessoria tendo o vereador o compromisso de, no Plenário da Câmara de vereadores, votar a favor das matérias de interesse prefeito e na forma como o prefeito orientar.
Os vereadores considerados oposicionistas à gestão do prefeito e pertencentes à minoria na Câmara, são aqueles que se dispõem a exercer o papel para o qual fora eleito e seguindo o que está descrito na Lei Orgânica do Munícipio, no estrito cumprimento do papel de representante do povo e fiscal das carências da cidade.
O que os vereadores Dalua e Claudiomar, do grupo de oposição ao prefeito na Câmara Municipal de Macapá, fizeram foi agir como verdadeiros representantes do povo e desempenharam o papel que é de todos os vereadores eleitos em 2020, saindo para saber onde estava e como estava a UBS Fluvial da Prefeitura de Macapá.
Encontraram-na ancorada e precariamente mantida, em um local impróprio, desabastecida e há dois anos sem cumprir o papel para o qual fora destinada.
E não adianta tentar escamotear a verdade. Os vereadores, motivados por uma reportagem, veiculada nacionalmente, sobre o arquipélago do Bailique e as condições de dificuldades em que está vivendo a população das 28 ilhas localizadas na foz do rio Amazonas.
Se foi ruim para o prefeito a constatação da situação da UBS Fluvial da Prefeitura de Macapá, pior foi para a população ribeirinha do Estado, inclusive a do Bailique, escancarando o pouco caso da atual gestão para resolver um problema dessa importância e desse significado.