Rodolfo Juarez
Acho difícil haver ou ter havido, ao longo do tempo, um entusiasta das festas juninas em Macapá como este articulista. No tempo em que se organizavam os embriões das disputas entre os grupos, lá estava eu construindo regulamentos e definindo regras que seriam utilizados pelo corpo de jurados no dia das apresentações das quadrilhas para escolher a melhor do ano.
Concurso, também, para a rainha das rainhas das quadrilhas ou das rainhas mirins que poderiam ser apresentadas sem estar vinculada a qualquer das quadrilhas disputantes, com o objetivo premiar aquelas que, principalmente com suas mães, poderiam se tornar uma das participantes das quadrilhas que, durante anos, concorreram ao título máximo.
Da década de 90 para cá houve uma evolução impressionante, tanto que agora transferiam a disputa para os executivos do Estado e do Município da Capital, cada um querendo mostrar que os seus grupos são melhores.
Não consigo imaginar resultados bons nesse modelo que aí está. Não sei, mesmo, se dar dinheiro para cativar grupos mais promissores ou mais consagrados pode dar resultado.
Entendo que já era hora de aproveitar o potencial e cultivar a disputa entre os grupos através de uma liga das quadrilhas juninas, escolhendo a cada ano os melhores, dedicando troféus aos vencedores e prêmio, em dinheiro, aos vencedores para compensar os gastos dos grupos oficialmente criados.
Uma espécie de profissionalização do processo.
Um modelo que tem dado certo em várias unidades da federação brasileira e mesmo em municípios que souberam explorar a tradição e modificaram a sociedade local, com a oferta de emprego e renda, com os grupos cobertos por empresas patrocinadoras e, ao final, atraindo turistas para os momentos que se tornam apoteóticos.
O potencial é grande no estado e especialmente em Macapá e Santana, onde grandes momentos são oferecidos para as comunidades que se juntam em uma disputa por quase nada, a não ser o querer mostrar que é melhor.
As festas juninas já são referência em muitos ambientes brasileiros e são de fácil aceitação pela sociedade de um bairro ou de uma região da cidade que para tudo para ver a apresentação dos seus grupos juninos de sua preferência.
Os grupos não podem encerrar os seus objetivos em si mesmos, eles precisam observar a repercussão de suas apresentações entre os seus torcedores que, em regra, são aqueles que transformam uma apresentação monótona em uma representação que significa um retrato da vida real, um teatro popular.
Os membros de uma quadrilha junina têm esse poder!
Então, resta os dirigentes dos grupos juninos, os verdadeiros, prepararem essa liga e definir um regulamento para as disputas entre os grupos. O Estado e o Município ficariam com a responsabilidade de oferecer as premiações em dinheiro e os troféus.