O governador do Amapá declarou que quer uma Amazônia preservada, rica e com um povo desenvolvido.
O governador do Amapá, Clécio Luís, afirmou, durante o 25º Fórum dos Governadores da Amazônia Legal, que as discussões que envolvem a região Amazônica precisam ser protagonizadas por quem mora e vive a realidade dela. O encontro ocorreu na semana passada, em Mato Grosso e teve a validação da Carta de Cuiabá.
A Carta de Cuiabá reúne o posicionamento dos governos dos 9 estados que compõem o Consórcio em relação á segurança pública, economia, terras, meio ambiente, agricultura e saúde. O documento será apresentado ao Governo Federal, para que o Brasil possa defender seus interesses na Cúpula da Amazônia, que acontecerá em agosto, no Pará.
O governador do Amapá citou como exemplo a decisão do presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que negou licenciamento ambiental para a Petrobras explorar petróleo e gás na costa mais ao Norte do Brasil.
“Precisamos alçar esse nosso debate a um patamar estratégico, e não mais em decisão temática. Vejam o que aconteceu no Amapá, Pará e Maranhão, que integram a chamada Margem Equatorial: a decisão do presidente do Ibama foi tomada numa canetada no gabinete. Fomos impedidos de pesquisar nosso subsolo, a 540 quilômetros da Foz do Amazonas. Essa decisão deveria ter sido feita pelo patamar estratégico de Brasil, de Amazônia”, opinou o governador do Amapá.
Carta de Cuiabá
A Carta de Cuiabá é um documento que será envidado ao Governo Federal. Os estados destacaram o fortalecimento de ações em prol do desenvolvimento econômico e sustentável, com investimentos em segurança, educação, saúde e meio ambiente; que a Amazônia deve ser vista como área estratégica, no âmbito humano e ambiental.
A carta cita ainda o protagonismo de defender a Amazônia por aqueles que, de forma legítima, integram este bioma; e o apoio à criação de uma Frente Parlamentar Mista da Amazônia Legal no Congresso Nacional.
Gestores das áreas da Agricultura, Meio Ambiente, Saúde e Segurança Pública dos estados contribuíram para a construção da Carta de Cuiabá. Taisa Mendonça, secretária de Estado do Meio Ambiente do Amapá, citou a economia como caminho para o progresso da região.
Presidente do Consórcio da Amazônia Legal, o governador do Pará, Helder Barbalho, destacou que é necessário encontrar soluções para os desafios enfrentados por quem compõe o bioma.
Além da validação da Carta, o evento, realizado no Palácio Paiaguás, contou com a assembleia geral dos governadores, que deliberam sobre os eventos da agenda Panamazônia.
Os gestores também referendaram a nomeação de Marcello Brito como secretário-executivo do Consórcio Amazônia Legal, e a criação das câmaras setoriais de Agricultura e Economia Verde, e de Cultura.