A situação deixa, pelo menos, 10 mil usuários sem transporte os
usuários que moram no Vale Verde, Marabaixo, Infraero II entre e Amazonas.
A empresa Siãothur entregou na quarta-feira passada, dia 20 de setembro
pedido de rescisão contratual com o município de Macapá. O pedido de rescisão
contratual é para a operação nas linhas urbanas de Macapá, que estavam sob a sua
responsabilidade em contrato.
A empresa vai operar até segunda-feira, dia 25. A última ordem de serviço
emitida em favor da empresa era para cobertura dos bairros Vale Verde, Marabaixo,
Amazonas e Infraero II e tinha validade até 31 de dezembro.
A saída da empresa é reflexo da desastrosa política de transporte público
executada pela Prefeitura de Macapá através da Companhia de Trânsito e Transporte de
Macapá (CTMac).
No documento comunicando a rescisão contratual, a empresa relata as
inúmeras promessas feitas pelo prefeito e pelos presidentes da CTMac desde o início da
atual gestão e o não cumprimento de nenhuma delas.
A Prefeitura, ainda em janeiro de 2022, calculou que a tarifa vigente não
cobria os custos do sistema e que seria necessário um subsídio de cerca de R$ 1 milhão
para manter 90 ônibus em operação. Foi então aceita a proposta, mas o subsídio só foi
votado na Câmara Municipal de Macapá no final de 2022 e com valor reduzido em 50%
comparado com aquele da promessa do prefeito.
A promessa se estendia até 2023 ano em que a tarifa seria reajustada para
R$ 4 com o objetivo de garantir, ao menos, uma parte das perdas inflacionárias e do
aumento do óleo diesel.
Isso foi anunciado durante uma reunião com empresários do sistema de
transporte, mas nunca foi cumprido.
Sobre o subsídio, além do valor ser menor do que o prometido, a Prefeitura
chegou a atrasar quatro meses e recentemente simplesmente suspendeu os pagamentos,
deixando as empresas com dívidas com seus colaboradores.
O documento também denuncia a forma leniente como gestores e
vereadores tratam o transporte pirata, quando parlamentares chegam a publicar em suas
redes sociais incursões junto à CTMac para que suspenda a fiscalização contra
clandestinos, o que vem sendo feito.
O documento comunicando a saída da Siãothur foi enviado ao prefeito de
Macapá, ao presidente da CTMac e ao diretor de transportes, com cópia ao presidente
da Câmara de Vereadores e ao Ministério Público Estadual.