Rodolfo Juarez
Quando da construção do muro de arrimo da primeira parte da orla da cidade de Macapá, desde o canal do Jandiá até o Araxá, foram juntados ao projeto o píer do Igarapé das Mulheres, o Trapiche Eliezer Levy, o píer I do Santa Inês e o píer II do Santa Inês.
O projeto completo previa a extensão do muro de arrimo até o início da Avenida Equatorial, cuja mediatriz coincidiria com a projeção da linha imaginária do Equador, que se estenderia, inicialmente, até o rio Matapi, no município de Santana, depois de passar pelo Monumento do Equador, a linha divisória do gramado do Estádio Milton de Souza Correa, no Zerão.
A desastrada permissão do Poder Municipal para que fossem construídas residências e pequenos comércios na área reservada para ser a pista sul da avenida Equatorial, provocou desinteresse técnico para reverter a situação e nem os vereadores e muito menos o prefeito, mantiveram o projeto e não entregaram a área para a construção da rodovia.
No final da avenida Equatorial, às margens do rio Amazonas, estava previsto a construção de um relógio de sol, com detalhes que o projeto ainda não havia oferecido para a discussão com os técnicos do Governo do Estado.
Pois bem, o muro de arrimo está previsto chegar até a região do limite da avenida Equatorial (projeção a linha do Equador) com a diretriz do muro de arrimo. Até o momento o muro avança no rumo do projetado.
As duas rampas do bairro Santa Inês sempre foram disputadas pelos comandantes de embarcações fluviais, tipo regional, para embarque e desembarque de passageiros e para carga e descarga devido à falta de um terminal, com um porto adequado para atender o embarque e desembarque de carga e passageiros, naquela área da cidade.
A construção dos dois píeres no bairro de Santa Inês possibilitou o surgimento, principalmente no píer II, de uma ramagem própria da região, comumente denominado de Aturiá, devido à influência das construções nas linhas de maré que começaram a depositar matéria orgânica no seu modo a jusante.
Esta condição foi apresentada a arquitetos e paisagistas durante pesquisa para desenhar o projeto de humanização da orla do Santa Inês, aproveitando a linha de aceitação demonstrada pela população da cidade.
No final de 2010, a então deputada federal Fátima Pelaes conseguiu uma emenda parlamentar de R$ 8 milhões para executar o projeto desenhado para a modernização do píer II do Santa Inês.
Em 2011, quando assumia o novo Governo do Estado, foi iniciada a obra com aporte dos recursos do Governo. A emenda não frutificou e a obra parou. Em 2022 a obra foi retomada, continuada e concluída em 2023.
Recentemente, no dia 22 de agosto, houve a inauguração do considerado importante ponto turístico para o visitante e ponto de lazer caseiro para o morador da cidade de Macapá e circunvizinhança.
Os doze anos que separaram a interdição do píer para a execução do projeto e a inauguração, já estão na história e a população está se regozijada com a nova oferta de lazer, lotando as suas dependências e reclamando, apenas, por ainda não haver uma disciplina viária e ter sido estabelecido um conflito entre condutores de veículos automotores e visitantes do belo ponto.