Rodolfo Juarez
Já não é a primeira vez que bato na tecla do plano urbano e do plano de desenvolvimento para Macapá. Mesmo assim, os administradores municipais, principalmente de Macapá, fazem-se com ouvido de mercador e seguem “administrando” como se nada de anormal estivesse acontecendo.
Digo, e digo com toda a convicção, que ou a prefeitura se antecipa e reserva terras para que as pessoas possam escolher o seu lote e construir a sua casa, ou então estão deixando que um grande problema urbano se forme para depois correr para tentar resolver ou, apenas e tão somente, aplicar paliativos que não resolvem nada.
A Rodovia Norte-Sul, até recentemente, não tinha problemas de invasões. Agora as pessoas começaram a ocupar áreas inteiras de uma região que tem predestinação definida e com ocupações urbanas que não estavam destinadas ao que se vê hoje.
Mais ainda tem outras áreas ocupadas como Infraero II, prolongamento do Brasil Novo, além de outras, na Zona Norte e Zona Sul.
Áreas que poderiam ser utilizadas de forma planejada, com o fisco estadual e municipal despertando nas empresas a necessidade de instalar, próximo desse locais, logo quando a zona de expansão da cidade fosse anunciada, supermercado, bares, casas de show, pequenos comércios, igrejas, entre outros, bem como a construção ou montagem de parada de ônibus, abrigo de passageiros e linha de transporte coletivo que pudesse atender os moradores do novo bairro, levando em consideração a necessidade de aproximar o trabalhador do seu local de trabalho.
Nada disso é feito ou anunciada a sua feitura. Assim, os problemas vão se acumulando para ganharem repercussão nos dias quando os moradores descobrem que aquele local não era próprio para o que fizeram, mas, nesse momento, tudo já está consumado.
Macapá tem muitos problemas que ainda podem ser resolvidos, muito embora as soluções sejam caras e desafiadoras. São caras porque tem todo um processo para condicionar a terra urbana aos moldes do tempo em que deveria ter havido o cuidado com os legados ou mesmo, com as soluções apontadas pelo ente Público.
É mais do que óbvio que os novos moradores que chegam a Macapá, vêm atrás de educação para os filho e saúde para a família. Aí se instalarão exatamente em uma região de invasão onde não tem, sequer, um posto de saúde, segurança ou mesmo uma escola.
Olhando para trás descobre-se que a frustração do morador é devido a não ter havido um plano urbanístico que pudesse orientar a ocupação.
Nas décadas de 70 e 80 o município de Macapá investiu na preparação de vários engenheiros e arquitetos que assumiram as diretrizes que foram utilizadas durante um período que se estendeu até 2010. De lá para cá o que está se vendo é um trato com o desleixo e pouco caso de um problema que implica na vida das pessoas que moram nas cidades.
O transporte coletivo urbano tem o maior reflexo, e por mais que se espere das empresas de ônibus, elas pouco ou nada têm a oferecer para a população uma vez que fica na contramão do desenvolvimento, prestando um serviço ruim e caro, além de estar sempre em confronto com os órgãos fiscalizadores.
Os dirigentes do município de Macapá precisam ser cuidadosos, senão, daqui a pouco, vai se tornar uma cidade inviável, com muitos problemas e nenhuma solução.