Rodolfo Juarez
O governo federal, os governos estaduais, os parlamentares federais, os parlamentares estaduais, os prefeitos e vereadores, como os estudiosos da movimentação da população precisam ficar atentos com o que pode acontecer com a despopulação da Amazônia Brasileira, com a redução ou o extermínio da população garimpeira, sem criar meios para que grupos desejados ocupem a região.
O contrário significa que as áreas desocupadas e despopulacionadas podem ser ocupadas por grupos indesejados e, quem sabe, mais perigosos, como traficantes, milicianos, traficantes-milicianos, milicianos-traficantes, ou grupos assemelhados e com os mesmo qualificativos.
As organizações não governamentais, identificadas como do Terceiro Setor, são compostas pelas pessoas jurídicas de direito privado, não possuem finalidade lucrativa e exercem atividade de interesse social, podem frear esses grupos. Entretanto, nem todas as ONGs têm buscado à risca os seus objetivos, bem poucas geram excedentes econômicos no exercício de suas atividades, sem ser o seu objetivo principal.
As empresas multinacionais que, também, têm a parte de sua produção no Brasil não têm mostrado a sua capacidade de cuidar do meio ambiente, à semelhança como exigido dos garimpeiros ou dos povos habitantes da floresta. O que está acontecendo em Maceió, no Estado de Alagoas, demonstra que o descuido ambiental, ou o desconhecimento técnico, não está localizado apenas na Amazônia.
A Braskem, com 35 minas de extração de sal-gema, mineração apontada como principal causa do afundamento do solo em Maceió, afetando, diretamente, cinco bairros e 52 mil pessoas, é um empresa criada em agosto de 2002 pela integração de seis empresas da Organização Odebrecht e do Grupo Mariani. A Braskem é, hoje, a maior produtora de resinas termoplásticas nas Américas e a maior produtora de polipropileno nos Estados Unidos.
Como se não bastasse, o rompimento da barragem de Fundão, no Complexo Industrial de Germano, no município de Mariana, em Minas Gerais, ocorrido em 5 de novembro de 2015, deixou 19 pessoas mortas, destruiu comunidades e contaminou o Rio Doce e, ainda hoje, os reassentamentos não foram concluídos, e pessoas atingidas ainda esperam pela indenização prometida.
Por aqui já registramos o “nosso” desastre decorrente da indústria e da ganância de empresários sem senso de escrúpulo. Na madrugada do dia 28 de março de 2013 ocorreu o desabamento do Porto de Embarque da Icomi, em Santana. A mineradora Anglo América, detentora dos direitos de extração, transporte, embarque e exportação do minério de ferro e manganês nas minas de Serra do Navio à época e, também detentora, da gestão do Porto da Icomi, em Santana, anotou que 6 dos seus funcionários morreram no desabamento e, até agora, sem explicação convincente. Dois dos seis funcionários desaparecidos não foram encontrados. As autoridades encerram as buscas depois de dois meses e cinco dias do desabamento.
Em setembro de 2013 a Anglo American, empresa inglesa, anunciou a venda das minas de ferro no Amapá por 136 milhões de Dólares, equivalente hoje a R$ 656,6 milhões. Uma transação que, até agora, surpreende os familiares dos mortos e desaparecidos uma vez que até as obras de recuperação da área portuária não foram concluídas e nem as deformações provocadas ao meio ambiente foram recuperadas.
Está acontecendo em Dubai, nos Emirados Árabes, no período de 30 de novembro a 12 de dezembro, o encontro de Cúpula, a COP28, para discutir, basicamente, o meio ambiente no mundo. Durante os encontros bilaterais, o governo e autoridades brasileiras com o presidente da França, o presidente francês anunciou que vai destinar ao Fundo Amazônia, administrado pelo BNDS, R$ 2,7 bilhões de reais, nos próximos 3 anos. O governo do Reino Unido está avisando que já destinou R$ 215 milhões para o mesmo funcho.
Esses recursos são administrados pelo BNDE e operado, a sua maior parte, por ONGs.