Rodolfo Juarez
Tive que “batalhar” mais de um ano, buscando um local para iniciar os procedimentos que podem me levar ao transplante (ou implante) de um rim e me permitir voltar à vida que tive até os 67 anos de idade, isso em 2014.
Desde junho daquele ano (2014), quando me foi extirpada a próstata, acometida de displasia prostática, uma patologia mais conhecida como Hiperplasia Benigna da Próstata (HPB), que ocorre quando as células da próstata se reproduzem de forma descontrolada, sobretudo, por ação da hormona masculina testosterona.
Este crescimento anormal provoca o aumento do volume da glândula prostática a tal ponto de prejudicar o funcionamento do rim, como no meu caso.
A função dos rins é, entre outras, filtrar o sangue para eliminar substâncias nocivas ao organismo, como amônia, ureia e ácido úrico. Os rins também atuam secretando substâncias importantes para a saúde dos indivíduos.
De dezembro de 2014 até fevereiro de 2019 os meus rins se mantiveram ativos, cumprindo a sua função orgânica, mas, a partir de março de 2019 fui diagnosticado com acúmulo de líquido no organismo, devido a ineficiência e a “preguiça” dos rins, sendo indicado o caso para hemodiálise, devido os rins não terem mais a capacidade de funcionar como filtro orgânico natural e as toxinas se acumularem ao ponto de prejudicar o meu modo de vida e, caso não fosse tomada a providência indicada, a morte seria enfrentada sem demora.
Primeiro entrei na lista do 4.º turno de pacientes fazendo hemodiálise, no Centro de Nefrologia Antônio Pinheiro Teles, no Hospital de Clínicas Alberto Lima, em Macapá e, no dia 18 de maio de 2020, fui transferido para a Clínica de Nefrologia Uninefro, onde venho fazendo a hemodiálise três vezes por semana, quatro horas por vez.
Desde meados do ano passado, quando fui convencido pelo médico nefrologista, João de Barros Neto, escolhido como médico assistente para acompanhamento deste paciente, passei a buscar um local para fazer os exames e entrar na lista única de transplante no Brasil.
Lamentavelmente o Estado do Amapá não atende os seus naturais oferecendo qualquer tipo de transplante, o que obriga os pacientes e seus familiares a buscarem em outra Unidade da Federação o atendimento que é bancado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Ressalte-se que apenas os estados de Amapá e Roraima não realizaram qualquer transplante em 2023.
Primeiramente me habilitei para os exames em Campo Largo, região metropolitana e Curitiba, no Estado do Paraná, mas não foi possível por falta da oferta de máquina de hemodiálise para pacientes em trânsito; o mesmo aconteceu na primeira tentativa em Belém do Pará, no Hospital Ophir Loyola.
Na segunda tentativa em Belém, foi confirmada a disponibilidade da cadeira e da máquina de hemodiálise, na Clínica de Nefrologia Monteiro Leite, e marcada a consulta pré-transplante para o Hospital Ophir Loyola, onde estou desde o dia 26 de abril com os exames agendados e as sessões de hemodiálise sendo realizadas as terças, quintas e sábados, das 11h00 às 15h00.
Devo ficar por aqui, no mínimo, até o dia 26 de maio, quando terei que voltar para Macapá e, se Deus permitir, levar na bagagem a estimativa da chamada para intervenção cirúrgica que procederá o transplante do rim.