Rodolfo Juarez

A luta de parte da imprensa e de algumas autoridades para definir fake news não tem dado o resultado esperado devido aos exageros de um lado, por parte daqueles que pretendem controlar a mídia, e de outro, por aqueles que dependem das notícias falsas para realizar-se.

Mas, afinal, o que é preciso considerar para evitar que as pessoas caiam em mentiras online?

A massa de informações sabidamente falsas vem muito mais da tradição da publicidade vantajosa, utilizada pelos meios de comunicação para prestar informações que destacam a vantagem de um produto sem considerar os riscos, que esse mesmo produto carrega para a saúde mental ou física das pessoas.

Afirmar que os riscos de as pessoas caírem em mentiras online representa um risco para a democracia é um exagero descabido, também ideológico e oportunista, principalmente daqueles que, sem observar o ambiente por onde circula ou habita diariamente, olha para fora, por uma janela que, essa sim, é falsa.

Minimizar as ocorrências de fake news em ambientes eleitorais, de políticas públicas, escândalos com políticos, contexto econômico ou segurança pública, em quaisquer dos sistemas públicos, é também uma falsidade, provavelmente tão nociva quanto aquela que se pretende identificar e combater.

A TV Band, em rede nacional, procura encontrar um caminho para o combate às fakes news bem interessante, trazendo a responsabilidade da notícia, a verdadeira, para o jornalista, entendendo que essa responsabilidade não pode ser transferida para quem quer que seja.

Identificar o teor inverídico da mensagem é uma obrigação de quem pretende fazer, da mensagem escolhida, um degrau ou a escada toda para a sua informação, deixando de considerar os pontos que são falsos ou contêm a caracterizada “mentira online”.

Nas redes sociais, ambiente sempre acusado de estar recheado de fake news, se usa muito o termo “spoiler”, original do verbo spoil, que significa estragar, um termo de origem inglesa.

A expressão “spoiler” é utilizada quando alguém revela o final de uma informação importante sobre filmes, games, músicas, séries, livros que uma outra pessoa, ou grupo de pessoas, ainda não assistiu, leu ou escutou, Sendo um termo usado constantemente, já que as informações estão por todos os cantos da internet.

Os jornalistas, também por isso, se tornam alvos preferenciais daqueles considerados ofendidos por fake news e, segundo o Relatório Anual de Violência Contra Jornalistas, da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o cerceamento à liberdade de imprensa é uma proposta que vem de setores importantes da República, apoiado por empresas de comunicação, que preferem um ambiente que possibilite a divulgação de mentiras online, manipulação da sociedade, especialmente com relação à publicidade de produtos.

Aliás, na publicidade de produtos estão inseridas muitas informações falsas, divulgadas para atrair o consumidor, informando pela metade os prejuízos que o produto pode causar, até mesmo, à saúde do consumidor.

Não é hora de, em nome de condições especiais para a imprensa, avocar condições especiais para a sustentação da Democracia, que deve manter a sua definição grega, originária “δημοκρατία, dēmokratía” que quer dizer “poder do povo”.

Na Grécia Antiga, o termo foi muitas vezes empregado de forma depreciativa, uma vez que a maior parte dos intelectuais gregos, entre eles Platão e Aristóteles, era contrária a um governo de iniciativa popular.

No cenário, há quem gosta, muito, de considerar essa semelhança!