Rodolfo Juarez
O recente episódio registrado com uma embarcação autorizada a fazer transporte de passageiros e carga nos trechos Macapá-Belém e Belém- Macapá revela que continua a carência de fiscalização das autoridades portuárias, quando da liberação dessas embarcações para fazer a viagem.
Ninguém, com mínima informação, ignora as dificuldades nas travessas das 3 baías que estão no curso da vigem para Belém, saindo de Macapá, ou para Macapá, saindo de Belém.
Não é possível que a fiscalização, no momento da saída das embarcações para as viagens, não perceba os excessos, principal como motivo de risco para os passageiros e tripulantes na travessia das baías e na manobrabilidade das embarcações quando precisar fazer uma manobra para desviar de outra embarcação ou de um obstáculo natural ou eventual.
A Capitania dos Portos, vinculada à Marinha do Brasil, que poderia ser mais previdente na autorização da “largada da embarcação”, tem permitido a superlotação só denunciada depois dos desastres ocorridos.
Sabe-se que, nem Macapá, nem Santana, onde estão os principais pontos de largada para a viagem no trecho Macapá-Belém, como também o Porto do Sal, um dos pontos de largada para a viagem no trecho Belém-Macapá, estão autorizados a prestar estes serviços de forma precária, isto é, “como só tem tu, vai tu mesmo”.
Enquanto isso os passageiros, a maioria viajando porque precisa viajar, apesar de não aceitar os riscos, e em decorrência da negligência daqueles que deveriam minimizá-los, se submetem a riscos perfeitamente evitáveis.
É incomparável o tratamento que se dá para a navegação aérea saindo e chegando em Macapá, com o tratamento que se dá para a navegação fluvial saindo ou chegando a Macapá.
Os acidentes têm se repetido e as mortes, por afogamento em decorrência de naufrágios de embarcações de passageiros e carga, estão aí clamando por mais segurança, mais responsabilidade, mais respeito.
É importante considerar que os passageiros de embarcações fluviais precisam ser vistos. Afinal de contas, são pessoas que, igualmente, precisam sair de Macapá ou Santana e voltar para aqueles terminais, em segurança. Não é razoável aceitar o mínimo oferecido até agora, mas a suficientes para que os passageiros e os familiares dos passageiros fiquem tranquilos e possam transformar a viagem em um momento que não de terror.
É preciso agir!
Chega de riscos para os passageiros. Isso tem que melhorar, não podemos esperar um novo grande desastre para reclamar.