Rodolfo Juarez

Olhando os números resultantes das eleições municipais de 2024 no Estado do Amapá, quando o MDB elegeu o prefeito de Macapá com um índice eleitoral que tornou o candidato motivo de curiosidade de todos os analistas políticos do Brasil.

Essa demonstração de aprovação, pelos eleitores macapaenses, do desempenho do administrador, tem um motivo básico: o esforço para aceitar e acertar.

Ninguém pode ignorar, em uma democracia, um resultado desta monta, superior a 85% e obtido, mesmo tendo os seus adversários apoio de importantes agentes políticos, campeões de voto nas eleições regionais recentes, inclusive do governador do estado que venceu as eleições de 2022 no primeiro turno de votação.

Não tivesse o prefeito de Recife sido reeleito com 78,11% e o prefeito de Macapá reeleito com 85,08%, as atenções para o eleitorado macapaense seriam ainda maior. Recife com um contingente de mais de 1,2 milhões de eleitores aptos, quando comparado os pouco mais de 310 mil eleitores aptos em Macapá, leva vantagem, afinal é mais de 5 vezes maior. Isso, certamente, inibiu o resultado obtido na disputa em Macapá, do contrário a repercussão nacional teria sido, ainda maior.

É claro que as eleições são reflexo instantâneo do desempenho dos candidatos e dos aliados. O candidato que tiver o que mostrar, decorrente do que fez de concreto, em regra leva vantagem sobre aqueles que tiverem dificuldade para apresentar o que fizeram.

As eleições municipais são um laboratório para tudo do político: paciência, compreensão, imposição, plástica nos resultados, bons resultados e simpatia. Quem não contar com esses predicados, não se candidate, pois, vai perder ou vai experimentar decepções.

Refletindo sobre os apoiadores, se pode dizer que esses importantes personagens na política tiveram, de um lado, facilidade para mostrar as obras que fizeram e influíram, diretamente, na vida de, pelo menos, uma parte da população; e de outro, tiveram dificuldade por não atuar na parte executiva nas ações que influenciam na vida da população.

Assim, o candidato que buscava a reeleição, havia uma condução objetiva do que iria apresentar na campanha; do outro lado, não.

O principal exemplo está na execução do projeto da Feira Agropecuária do Amapá, na Fazendinha. Os transtornos que os eleitores passaram para ir e voltar da Feira da Fazendinha, que aconteceu no final de agosto e começo de setembro, consolidaram um desconforto que foi refletido na hora do exercício do voto.

Também, enquanto o prefeito anunciava a construção de um teatro municipal, o Teatro das Bacabeiras ficava abandonado, sem qualquer explicação da Secretaria de Cultura para a inatividade, pouco interessando o motivo que poderia ser alegado.

A lição fica para ser estudada e, se aprendida, que não se sustentem os erros.