Decisão está em linha com o que vinha sendo especulado e projetado pelo mercado financeiro
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu, na quarta-feira 06/11, pelo aumento de 0,5 p.p (ponto percentual) na taxa básica de juros, elevando a Selic a 11,25% ao ano – o mesmo patamar vigente entre fevereiro e março deste ano.
A decisão está em linha com o que vinha sendo especulado e projetado pelo mercado financeiro, sendo essa a segunda alta seguida na taxa de juros. Em setembro, o Comitê já havia subido a Selic de 10,50% para 10,75%.
O principal motivo que fez o Banco Central elevar novamente os juros no país é o risco fiscal, uma vez que as sinalizações recentes do Governo Federal têm piorado as expectativas sobre o controle da dívida pública.
Além disso, a eleição americana pressionou o dólar a patamares mais altos, o que também condicionou o Banco Central a elevar o juros no país.
Impacto no setor energia solar
No setor de energia solar, o aumento da Selic impacta, sobretudo, o custo de financiamento dos projetos, que acabam ficando mais caros para quem não consegue adquirir a tecnologia com o pagamento à vista, conforme explica Bernardo Marangon, diretor da Prime Energy, empresa controlada pelo Grupo Shell.
“O aumento da taxa Selic impacta diretamente todas as demais taxas de juros do mercado, incluindo aquelas atreladas ao CDI. Isso encarece o custo das dívidas para empresas que possuem empréstimos vinculados a essas taxas”, explica ele.
O profissional destaca que o principal objetivo do aumento da Selic é conter a inflação, desacelerando a economia para evitar pressões inflacionárias decorrentes de um aquecimento econômico excessivo.
Nesse cenário, ele destaca que integradores e empresas do setor de energia solar podem enfrentar desafios adicionais.
“Com o encarecimento dos financiamentos, os clientes que buscam investir em projetos solares podem encontrar condições menos favoráveis, o que pode reduzir a demanda por novas instalações. Além disso, o aumento dos custos de financiamento pode afetar a rentabilidade dos projetos, tornando-os menos atrativos para investidores”, ressalta Marangon.
Reuniões do Copom
O Copom é o órgão do Banco Central, formado pelo seu presidente e diretores, que definem, a cada 45 dias, o patamar da taxa Selic. O objetivo é fazer com que a política monetária do país atinja seus objetivos de forma eficiente.
As reuniões normalmente ocorrem em dois dias seguidos e o calendário de um determinado ano é divulgado até o mês de junho do ano anterior.
Uma vez definida a taxa básica de juros, o Banco Central atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião.