Rodolfo Juarez

Amanhã, dia 14 de dezembro de 2024, a Federação das Indústrias do Estado do Amapá – FIEAP, completa 34 anos de fundação e, no momento, está em situação difícil, completamente inativa e sobrevivendo do ar que seu presidente atual lhe injeta a cada 24 horas.

No começo, o primeiro presidente, o empresário da construção civil, Francisco Leite da Silva, soube conduzir os primeiros passos da instituição que ganhou notoriedade regional pela importância e pelo que projetou para o desenvolvimento industrial do Estado do Amapá.

Os encontros anuais da indústria, dos quais três deles realizados na Serra do Navio, contou com a participação de todos os entes interessados no desenvolvimento do Amapá, principalmente o Governo do Estado que via na Federação uma grande porta de entrada dos negócios que precisavam ser realizados por aqui.

Desde 2002 quando assumiu o comando do sistema o presidente Sivaldo, sob a batuta da deputada federal Fátima Pelaes, houve a inserção da política partidária na instituição com a aquiescência dos conselheiros do Conselho de Representantes, trazendo as dificuldades para a Federação das Indústrias.

Depois veio a presidência de Telma Gurgel, com a influência do mandato de deputado federal Vinicius Gurgel, concluiu o processo de politização das eleições da instituição, com o inchaço de sindicatos filiados sem a necessária representação das categorias econômicas pelas quais requeriam o direito de participar.

Os litígios foram para o Judiciário, principalmente para definir a representatividade dos sindicatos que pleiteavam o direito ao voto e, com esse voto, o direito de participar das unidades regionalizadas do SESI e do SENAI que passaram a ser cabide de emprego para os parentes dos dirigentes sindicais filiados à federação.

O Estatuto da entidade passou por reformas claramente tendenciosas para agasalhar os sindicatos que se alinham, em maioria, de um dado ou de outro dos pretendentes, até chegar a uma disputa interminável na justiça para saber quais os sindicatos que tinham ou não direito de votar e escolher os dirigentes da Federação.

O presidente da Federação das Indústrias depois de tomar posse assume a direção regional do SESI e a presidência dos conselhos regionais do SESI e do SENAI, além de passar a comandar o Instituto Euvaldo Lodi – IEL através de superintendente de livre nomeação do presidente.

A última eleição elegeu a presidente e o vice-presidente, sendo que, depois da posse o vice-presidente renunciou ao cargo que foi entregue pelo conselho ao irmão da presidente, a deputada federal eleita Josi Rocha.

Por uma série de irregularidades apontadas por uma auditoria externa, o SESI e o SENAI foram retirados da tutela da Federação, sob várias alegações e perigo de continuar sendo prejudicadas as duas instituições, com a direção da Federação não tendo, até agora, forças suficientes para desfazer a intervenção que já perdura por mais de um ano.

Nesse momento Sesi e Senai continuam sob o comando das respectivas direções nacionais, a Federação das Indústrias do Estado do Amapá recuperou o seu espaço no quadro societário da Confederação Nacional da Indústrias, mas não recuperou a credibilidade tanto que, até agora, não lhe é dada condições para sanar os inúmeros compromisso que lhe batem à porta todo dia.