O G.R.E.S. (Grêmio Recreativo Escola de Samba) Estação Primeira de Mangueira, escolheu e anunciou o enredo de 2026.

Na sexta-feira, 16/05, a Estação Primeira de Mangueira anunciou o enredo para o desfile do ano que vem, no carnaval carioca: “Mestre Sacaca do encanto Tucuju – o Guardião da Amazônia Negra”.

A presidente e os carnavalescos da Mangueira já conversaram com o governador Clécio Luis sobre o Amapá e sua gente (Foto: Secom/GEA).

A Mangueira, uma das escolas mais importantes do Carnaval do Rio de Janeiro vai levar para a avenida aspectos que tornam o Amapá um estado único e, conduzindo o samba-enredo, homenageia Raimundo dos Santos Souza. “Mestre Sacaca”. Sacaca marcou a história amapaense como conhecedor do poder medicinal das plantas da Amazônia, foi defensor da floresta, esportista e incentivador da cultura, se destacando como rei momo do carnaval amapaense.

O governador demonstrou a sua satisfação e assim se manifestou: “O enredo da Mangueira será o retrato do Amapá falando da nossa ancestralidade negra, por meio de uma pessoa que esteve entre nós: Mestre Sacaca! Isso representa mostrar o estado mais preservado e protegido do Brasil, que quer ter direito ao autocuidado, pois queremos manter a floresta em pé e viva para sempre, com nossos ribeirinhos, povos tradicionais, indígenas e quilombolas vivendo com dignidade. Entendo que somos dignos dessa homenagem e de tudo de bom que virá com ela. Estamos orgulhosos e vamos trabalhar muito para que as pessoas conheçam e valorizem o Amapá”.

O anúncio foi feito também em Macapá, num encontro de representantes da cultura, de familiares do Sacaca, e equipes de Governo, no Museu a céu aberto que leva o nome do Mestre da Floresta, localizado no bairro do Trem.

Clécio Luís explicou que a homenagem ao Amapá foi sugerida pelo mangueirense Marcelo Freixo, que se encantou pelo estado a partir do que ouviu do governador e do presidente do Senado Federal, o senador amapaense Davi Alcolumbre. Os carros alegóricos e fantasias, a evolução na avenida e o samba-enredo vão mostrar a Amazônia e tudo o que ela representa, por meio das pessoas.

Como fio condutor, será apresentada a história de Sacaca, que curava não só as pessoas mas também a vida da cidade, por meio de garrafadas, chás e unguentos. Em 2026, o carnaval celebra os 100 anos de seu nascimento.

Sacaca morreu em 1999, aos 73 anos, no entanto, o trabalho dele deixou marcas no estado, sendo reconhecido até hoje pelas pessoas e por instituições. Em 2018, no Rio de Janeiro, ele recebeu uma homenagem póstuma, com a mais alta condecoração da Divine Académie Française des Arts Lettres et Culture.

Sacaca como Rei Momo do Carnaval de 1997, como o então presidente da Liga, Rodolfo Juarez (Foto: JAA).

A Mangueira levará o Amapá para o palco que se reluz e atrai os olhos do mundo na festa mais tradicional do país. Na Sapucaí, o público poderá conhecer mais sobre o estado marcado pela diversidade na natureza e na própria cultura, guardião de saberes antigos e de brasilidades, e que desempenha um papel essencial para a conservação do meio ambiente e para a resistência contra as mudanças climáticas.