Rodolfo Juarez
No artigo anterior tratamos da questão da antecipação da Cúpula dos chefes de estado da COP30 que está programada para ser realizada em Belém do Pará no período de 10 a 21 novembro.
O primeiro parágrafo do artigo teve a seguintes composição: “o governo brasileiro decidiu que a cúpula de chefes de Estado da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, será antecipada e está confirmada para acontecer nos dias 6 e 7 de novembro de 2025, quinta e sexta-feira, em Belém, capital do estado do Pará. A decisão foi informada pelo secretário extraordinário para a COP 30, Valter Correia, que destacou a importância de realizar a abertura com mais tranquilidade e organização”.
Inicialmente, esta etapa, também chamada de segmento de alto nível, ocorreria dentro da programação oficial – de 10 a 21 do mesmo mês.
Justificou o secretário: “Nós estamos tornando oficial isso, é uma decisão do Brasil. Fazer antes, dá tempo para fazermos uma reflexão com mais tranquilidade, sem pressão da rede hoteleira, sem a pressão da cidade, e isso ajuda também a organizar melhor a abertura da COP sem grandes problemas”.
Esta será a primeira vez que o segmento de alto nível ocorrerá de forma separada da programação oficial da COP. Nos anos anteriores, a cúpula de chefes de Estado ocorria após a abertura oficial, nos primeiros dias de programação.
A cúpula é o momento em que os líderes de Estado apresentam as posições nacionais em seus discursos. As declarações orientam e impulsionam a etapa de negociações que ocorre em seguida.
Segundo o secretário extraordinário para a COP30, a organização da Conferência das Nações Unidadas sobre mudanças do clima, trabalha junto aos governos do Estado do Pará e do Município de Belém no aprimoramento da infraestrutura para garantir as acomodações para cerca dos 50 mil participantes esperados.
Estão sendo criados 26 mil novos leitos em hotéis, embarcações, moradias de temporada e alojamentos e mais de 30 obras estão em andamento na capital paraense para desenvolver a infraestrutura urbana e de saneamento e melhorar a mobilidade.
Ficou fora de objetividade deslocar a reunião da cúpula dos chefes de estado da COP30, ou seja, daquelas autoridades que vão tomar a decisão sobre as questões climáticas, antes de saber o que os técnicos apontarão como o problema do aquecimento global pode ser melhorado tendo a variação controlada.
Os resultados práticos desde o Protocolo de Kyoto, em 1997, e o Acordo de Paris, em 2015, que estabeleceram metas de limite para o aquecimento global de 1,5°C acima dos níveis da época pré-industrial.
Segundo dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) publicados em 2023, o mundo já aqueceu 1,1°C e os efeitos são visíveis: ondas de calor, secas, enchentes e furacões mais intensos e frequentes. Se a comunidade mundial não agir rapidamente, os impactos previstos poderão ser catastróficos e o Protocolo de Belém (se é que terá um) poderá ir no mesmo caminho.