A COP30 está marcada para novembro, em Belém (PA) e pode reforçar o papel do Brasil na agenda climática.

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes – COP30), que acontecerá entre os dias 10 e 21 de novembro (sendo que a cúpula de chefes de Estado acontecerá entre os dias 6 e 7 de novembro), na cidade de Belém, capital do Pará, já está movimentando o Brasil de diversas maneiras.

Lançamento dos círculos de liderança. Na foto: Antônio Correa do Lago, Marina Silva, Sonia Guajajara, Ana Toni, Fernando Haddad e Tatiana Rosito (Foto: Rafa Neddermeyer/COP30 Amazônia/PR).

O evento, que ocorre anualmente, reúne líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil para discutir o futuro do planeta, por meio de ações para combater as mudanças climáticas.

Na edição anterior, realizada em Baku, Azerbaijão, a conferência enfrentou críticas por não estabelecer metas suficientemente ambiciosas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

Durante o evento, o país terá a responsabilidade de apresentar seus esforços em áreas como energias renováveis, biocombustíveis e agricultura de baixo carbono.

Para o governo brasileiro, a COP30 é uma oportunidade singular de reforçar o papel do Brasil como líder nas discussões globais sobre mudanças climáticas e sustentabilidade.

Os temas centrais da COP30 abrangerão a redução de emissões de gases de efeito estufa, a adaptação às mudanças climáticas, o financiamento climático para países em desenvolvimento, tecnologias de energia renovável e soluções de baixo carbono, além da preservação de florestas e biodiversidade.

A justiça climática e os impactos sociais das mudanças climáticas também fazem parte dos temas centrais do encontro.

Segundo estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), espera-se que a COP30 atraia cerca de 40 mil visitantes. Já o Governo Federal espera 50 mil visitantes, devido ao aumento no número de buscas sobre o assunto. Segundo o Google, somente em agosto, as buscas feitas na internet brasileira aumentaram 440%.

Dentre os visitantes aguardados, pelo menos 7 mil serão integrantes da ONU e delegações de países-membros. A escolha de Belém como sede da COP30 transcende uma celebração simbólica dos 10 anos do Acordo de Paris, prometendo marcar um momento de ação concreta e compromissos efetivos.

Conforme afirmou o embaixador André Correa do Lago, presidente da conferência, este é um momento que exige ação concreta e a implementação de compromissos já firmados. Em entrevista a uma emissora de rádio do Sul, André Lago deixou claro que o evento será um marco de transição entre a diplomacia climática e a execução de políticas sustentáveis.

Mais de 30 anos após sediar a Rio-92, evento tido como a pedra fundamental para o estabelecimento das COPs, o Brasil recebe novamente uma conferência de tal magnitude.

A Conferência das Partes (COP) é o órgãos decisório da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CQNUMC ou UNFCCC). Sua função é implementar os compromissos globais de combate às mudanças climáticas, assumidos pelos países signatários e ratificadores da Convenção. Atualmente, 198 nações participam da UNFCCC, tornando-a um dos maiores organismos multilaterais da Organização das Nações Unidas (ONU).

A COP representa a cúpula global do clima, que é realizada anualmente em um país diferente. Ela também funciona como Reunião das Partes para o Protocolo de Quioto (CMP) e o Acordo do Paris, cujo objetivo principal é mitigar o aquecimento global e manter o aumento da temperatura global abaixo de 2º C, com esforços para limitá-lo a 1,5º C.

Na dinâmica da COP, que ocorre ao longo de duas semanas, a primeira semana é dedicada a discussões técnicas, enquanto a segunda é voltada para encontros políticos e assinatura dos acordos. Os resultados devem ser alcançados por consenso, garantindo que todos os países tenham direito a voto.

Durante a COP, eventos ocorrem simultaneamente todos os dias. A conferência é dividida em Zona Azul e Zona Verde. A Zona Azul, que é gerenciada diretamente pela ONU, é onde acontecem as negociações políticas e os encontros diplomáticos. Já a Zona Verde sedia painéis para o público geral, apresentação de ONGs e outras atividades, inclusive as culturais.