Rodolfo Juarez
PREOCUPAÇÃO COM OS DESAFIOS
A imprensa paraense tem uma visão mista e multifacetada da COP30, que reflete tanto o entusiasmo pelas oportunidades de visibilidade global e desenvolvimento local quanto a preocupação com os desafios práticos e as contradições do evento.
VISIBILIDADE INTERNACIONAL
Há um consenso de que a COP30 é uma oportunidade histórica para o Pará e a Amazônia estarem no centro do debate global sobre mudanças climáticas, mostrando suas realidades, culturas e a importância da floresta, além dos benefícios econômicos, como o aumento do turismo, a geração de empregos temporários e o impulsionamento dos setores de serviços e comércio em Belém.
PROTAGONISMO LOCAL
Veículos de mídia locais e redes colaborativas, incluindo de povos indígenas, buscam garantir o protagonismo das vozes da Amazônia, com a expectativa de que suas experiências e propostas sejam ouvidas internacionalmente. Há expectativa de que o evento fortaleça as discussões sobre bioeconomia, inovações sustentáveis e a transição para uma economia de baixo carbono na região.
DESAFIOS E CRÍTICAS
As deficiências na infraestrutura de Belém são um tema recorrente. A falta de saneamento básico e problemas de segurança pública, incluindo denúncias de atuação do crime organizado, gera preocupação sobre a capacidade da cidade de receber 60 mil pessoas. A transparência nos gastos públicos com as obras da COP também é pauta recorrente.
PREPARAÇÃO E ORGANIZAÇÃO
Há críticas pontuais sobre a organização e a preparação. Em resumo, a imprensa paraense vê a COP30 como um evento de extrema relevância e potencial transformador, mas mantém um olhar crítico sobre os desafios logísticos e as questões sociais e políticas subjacentes à sua realização na capital paraense.
FECHADA
O Brasil é uma das economias mais fechadas do planeta. A corrente comercial, soma de exportações e importações, corresponde a 35,5% do PIB. A média global é 56,6%. Na América do Sul, a corrente comercial do Brasil só fica abaixo da Argentina (28,2%). É bem inferior a outros países com o mesmo grau de desenvolvimento em dados do Banco Mundial.
MAIOR PIB GLOBAL
Nos Estados Unidos, a corrente de comércio tem peso menor: 25% do PIB. Mas o país tem o maior PIB global, de US$ 29 trilhões. O PIB do Brasil é de US$ 2,2 trilhões. Para os analistas, países que têm economias internas muito grandes são os melhores fornecedores deles mesmos.