Cúpula de Chefes de Estado/Líderes, Cúpula dos Povos, Cúpulas das Infâncias, MultiCOP e outros, estão confirmadas.

Durante a COP30 em Belém, vários eventos e cúpulas principais serão realizados, incluindo a Cúpula de Chefes de Estado, evento oficial da Organização das Nações Unidas – ONU e a Cúpula dos Povos, evento paralelo da sociedade civil.

Belém do Pará recebe a COP30 com a proposta de ver reconhecido o seu trabalho na preservação da floresta amazônica (Fotos: divulgação do Governo do Pará)

Os principais encontros e cúpulas incluem:

Cúpula de Chefes de Estado/Líderes: Esta é a reunião oficial de alto nível no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). Contará com a presença de líderes mundiais, incluindo chefes de Estado e de Governo, para definir o tom político e os compromissos para as negociações climáticas. Está programada para ocorrer nos dias 6 e 7 de novembro de 2025, antes da abertura oficial da COP30.

Cúpula dos Povos: Um evento paralelo e crucial, organizado pela sociedade civil, movimentos sociais, povos indígenas e comunidades tradicionais. O objetivo é discutir a justiça climática e o bem-viver a partir da perspectiva desses grupos, com uma programação que inclui debates, oficinas e atos. Ocorrerá entre os dias 12 e 16 de novembro na Universidade Federal do Pará.

Cúpula das Infâncias: Integrada à Cúpula dos Povos, este evento é focado nos direitos e na participação de crianças e adolescentes na discussão sobre a crise climática. As crianças e adolescentes deverão elaborar uma carta final com suas demandas.

MultiCOP: Uma conferência online e gratuita que acontece paralelamente à COP30, com o objetivo de ampliar a discussão para projetos de impacto social e lideranças comunitárias.

Conferência da Juventude do Clima (COY): Parte deste evento focado nos jovens também deverá ocorrer em Belém, em espaços de diálogo chamados “yellow zones”.

Além dessas cúpulas, haverá a Zona Verde, um espaço aberto ao público com exposições e atividades culturais e a Zona Azul, um espaço oficial de negociações da ONU, com uma vasta programação de eventos temáticos e discussões paralelas.

Assim, a Amazônia será palco da principal conferência global sobre o clima: a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).

Durante o encontro, representantes dos setores público e privado, da sociedade civil, pesquisadores e cientistas de diversos países discutirão formas de avançar em estratégias que promovam o financiamento, a mitigação e a adaptação às mudanças climáticas.

A COP, a conferência climática da ONU, conhecida como “Conferência das Partes”, é o principal fórum em que são firmados os acordos internacionais sobre o clima.

Todos os anos, representantes de mais de 190 países integrantes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), tratado internacional adotado em 1992, se reúnem para negociar compromissos e definir planos com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE), fortalecer a resiliência das comunidades, financiar ações climáticas e muito mais.

Nas COPs, os negociadores climáticos dos países tomam decisões sobre como a UNFCCC e seus tratados associados, como o Acordo de Paris. Em linhas gerais, a COP é o momento em que os tomadores de decisão de todas as nações se reúnem para avaliar os esforços coletivos contra a mudança do clima e definir novas ações para acelerá-los.

Fora das negociações formais, as COPs também se tornaram um espaço estratégico para empresas, ONGs, governos locais e outros atores anunciarem novas iniciativas e compromissos climáticos.

As COPs têm impulsionado grande parte da ação climática global até hoje. Entre os resultados mais importantes está o Acordo de Paris de 2015, que reuniu quase todos os países do mundo em um compromisso coletivo para reduzir emissões e limitar o aumento da temperatura global a bem abaixo de 2°C, buscando 1,5°C.

Outros acordos firmados nas COPs incluem compromissos para reduzir gradualmente o uso de combustíveis fósseis, ampliar a energia limpa, proteger e restaurar ecossistemas, apoiar comunidades vulneráveis na adaptação aos impactos climáticos, aumentar o financiamento climático e muito mais.

Esses resultados são registrados em decisões oficiais de cada conferência, que detalham as medidas acordadas por todas as Partes e estabelecem itens de ação para as próximas COP.

A última conferência do clima realizada em Baku, Azerbaijão, entre 11 e 22 de novembro de 2024, a COP29, teve como principal resultado o acordo para uma nova meta global de financiamento climático (NCQG, na sigla em inglês).

Os países definiram a mobilização de US$ 1,3 trilhão por ano até 2035, com prioridade para ações de mitigação, adaptação e compensação de perdas e danos em países em desenvolvimento. O texto reconhece que os países desenvolvidos devem liderar o processo, mas abre espaço para fontes privadas e multilaterais contribuírem com o volume necessário.

Outro avanço foi o progresso nas negociações sobre o Artigo 6 do Acordo de Paris, que trata dos mercados internacionais de carbono, com novas diretrizes para garantir mais transparência e integridade ambiental nas trocas entre países.

Apesar dos resultados, países em desenvolvimento e organizações da sociedade civil consideraram o texto final pouco ambicioso diante da urgência climática. As críticas se concentraram na ausência de compromissos claros para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis e na dependência de instrumentos financeiros baseados em dívida, o que pode aumentar a vulnerabilidade econômica dos países mais pobres.