O objetivo é orientar produtores sobre como evitar uma praga que ainda não chegou às plantações no estado.
Técnicos do Governo do Amapá realizam um trabalho de prevenção para evitar a entrada da monilíase do cacaueiro no estado. A doença é causada pelo fungo moniliophthora roreri e atinge pés de cacau e de cupuaçu, podendo causar a perda dos frutos.
Como parte da estratégia, desde o dia 27 de março e até o dia 1º de abril, uma equipe da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária (Diagro) examinará uma grande área nativa de cacau e plantações de cupuaçu, nas comunidades de Cassiporé e Igarapé Grande, em Oiapoque.
Na inspeção, os técnicos irão orientar os produtores a comunicar imediatamente às autoridades caso suspeitem de contaminação da lavoura. A doença ainda não está presente no Amapá, no entanto é preciso que o agricultor conheça essa ameaça para identificá-la, caso apareça na sua plantação.
De acordo com o gerente de Defesa Vegetal da Diagro, Tiago Baltazar, focos da doença foram identificados no Acre, por isso são necessárias ações de controle para que o fungo causador da praga não prolifere nos demais estados brasileiros.
“Já fazemos esse controle da monilíase do cacaueiro desde 2016. Agora, intensificamos esse trabalho e nosso objetivo é não deixar expandir, por isso, estamos fazendo essas verificações nas espécies em frutificação, já que é neste período que a praga se instala e se prolifera”, destacou.
Após todo o levantamento, a equipe técnica da Diagro enviará ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) um relatório completo das atividades desenvolvidas no estado.
Monilíase
A monilíase é uma doença extremamente agressiva, que ataca os frutos do cacaueiro, do cupuaçuzeiro e de outras plantas do gênero Theobroma (espécies vegetais nativas da região amazônica) em qualquer fase de desenvolvimento. A praga já chegou em vários países produtores de cacau da América Latina, como Jamaica, Venezuela, Peru e Bolívia.
O fungo atinge principalmente os frutos mais jovens, que, quando contaminados, incham, apresentam manchas escuras e soltam um pó que é facilmente disseminado pelo vento e por meio de materiais contaminados como plantas, roupas, sementes e embalagens.