Rodolfo Juarez
O Estado do Amapá, localizado na Região Norte é um daqueles estados brasileiros que está no interior da floresta amazônica, com a primazia de ter como capital, a única a se desenvolver na extensão da margem esquerda do Rio Amazonas, o maior rio do mundo em volume d’água.
Com mais de 500 mil habitantes, segundo estimativa atualizada pelo IBGE, é a única capital cortada pela linha imaginária do Equador.
Esses predicados, entretanto, não têm produzido o resultado esperado pela população, que recebe repetidas notícias de que é a capital que oferece as piores condições sanitárias para ser habitada, ocupando, seguidamente por alguns anos, a última colocação na lista de comparações com outras capitais ou cidades brasileiras.
Esta condição, constatada por variados institutos de anotação, pesquisa e medição do desenvolvimento urbano, tem preocupado as autoridades e a população locais. Aquelas querendo modificar esse status e essa classificação; e estas querendo uma explicação pela situação e, sem a explicação, quer notícia de como o problema mostrado e conhecido poderá ser resolvido.
Uma realidade que todos precisam enfrentar, de frente, como verdadeiro desafio administrativo e político, isso todos sabem!
Não faz tempo que a comparação era feita com as outras sedes municipais, bem menos populosas, mas que começaram a mostrar resultados que estavam deixando a Capital com índices menores de qualidade de vida.
Macapá detém em torno de 60% de toda a população do Estado, capital desse Estado, o maior polo de desenvolvimento, que tem o maior orçamento quando comparada com as outras sedes municipais, uma frota de carros que, em percentual, é a maior do Brasil por habitante.
Olhando um cenário assim, se constata que a cidade precisa ser socorrida para poder dar aos seus habitantes a qualidade de vida que já teve, no tempo em que fora capital do Território Federal.
Naquele tempo, a população exigia melhorias na qualidade de vida e o principal argumento apresentado, tanto pelos dirigentes como pelos representantes, era de que a situação política permitia: governadores nomeados, sem deputados estaduais, sem senadores, com uma bancada federal mínima.
O cenário apresentado motivou a população de Macapá e dos demais municípios amapaenses a entender que havia necessidade de uma mudança radical, exatamente a que veio com a promulgação da Constituição Federal de 1988 que transformou o Território Federal em Estado da Federação.
Agora, 32 anos depois, a situação da qualidade de vida não é a esperada nem a prometida, continua a população precisando de quase todas os compromissos básicos públicos, com as exceções feitas pela privatização da distribuição de energia e água tratada para os mais de 500 mil habitantes de Macapá e outros 350 mil habitantes dos outros 15 municípios.
Uma constatação feita pela população e que deixa cheio de preocupação os atuais dirigentes públicos e representantes políticos do povo e do Estado do Amapá, para mudar tudo isso.