Rodolfo Juarez
Volto a tratar do assunto drenagem pluvial urbana da cidade de Macapá, extensiva à cidade de Santana. Um assunto que parece inesgotável, que é caro e que não está atraindo as atenções dos homens públicos, especialmente daqueles que estão instalados, nesse momento, na Prefeitura Municipal de Macapá.
Quero dizer que não adianta ficar dragando os canais. Isso não resolve nada. Ao contrário, desforma as linhas de definição dos canais, tantos as de altimetria como aquelas que podem ser alteradas quando em cominação com outros interesses do setor.
Toda vez que a prefeitura define trabalhar em um canal, outros 20 deixam de ser trabalhados. A definição é tomada conforme a altura do aningal, ou a ineficiência da função, àquela que deveria estar resolvendo os problemas de forma permanente.
Recentemente foi observada uma concentração de homens e máquinas da Prefeitura de Macapá procurando melhorar a condição de funcionamento da bacia de estabilização do Canal das Pedrinhas. O trabalho está sendo feito (ou já foi concluído) com custos altos para os resultados esperados.
Aquele local está calculado para ter os seus limites definidos com muro de arrimo, fazendo um quadrado perfeito de 100 x 100 metros, pois assim, não acumula os materiais pesados trazidos pelas correntes de água do canal, principalmente quando está “vazando a maré”.
A grande questão é não acumular esse tal “material pesado”, pois ao contrário, aqueles materiais se transformam em verdadeiro colchão de adubo que serve para o desenvolvimento das “semeaduras” naturais de aninga, tomando conta do local e servindo de cortina de retenção para os detritos e materiais, alguns descartados pela população que entende ser ali o local mais apropriado.
Tenho acompanhado uma preocupação especial, inclusive das equipes do Ministério Público Estadual, com o trânsito de veículos motorizados às margens daquele canal e de outros, inclusive recomendando medidas para serem tomadas pela Prefeitura no sentido de impedir que os carros e motos caiam no canal.
Essas soluções, recomendadas e adotadas, não resolvem e nem previnem nada. São paliativos que retardam uma solução definitiva, que venha fazer a funcionalidade do canal na forma como foi projetada e trazer embelezamento para a cidade nos setores cortados por esses canais.
Este inferno está chegando ao final. O período, desde dezembro, deveria ter sido aproveitado para a elaboração dos projetos, registros das lâminas d’água máximas e a sua relação com a cota 2, referência altimétrica para a construção do muro de arrimo da frente da cidade.
Mas, nunca é tarde para começar, e para começar, tem que ser pelo começo. De nada adianta querer inventar uma “roda quadrada”.
Tomara que as equipes de engenharia da Prefeitura de Macapá consigam convencer o prefeito de Macapá, que é confesso em dizer que “de saúde eu entendo”. Acontece que a cidade de Macapá não é um hospital ou muito menos o posto de saúde.
O prefeito de Macapá tem como um dos seus ofícios, preparar a cidade para que a população tenha aumentada a sua qualidade de vida. Compreendeu ou quer que desenhe?