Rodolfo Juarez
Escrevo hoje sobre um sentimento que ainda não aprendi a demonstrar de nenhuma forma, o luto.
Sei que a morte é algo inevitável. Na verdade, é a única certeza que temos na vida. Apesar disso, lidar com a perda de um ente querido não é uma tarefa fácil, afinal, nunca estamos preparados para a dor da ausência e da saudade de quem queremos bem.
O luto é um dos momentos mais complicados na vida de qualquer pessoa. Por isso, é preciso atenção para que essa dor não se prolongue mais tempo do que o razoável. Temos suficiente informações de que tempo de luto é necessário, porém, quando muito duradouro, pode evoluir para uma depressão, entre outros problemas.
A verdade é que a morte sempre foi um assunto complicado, um sentimento de certa forma inexplicável e difícil de lidar.
Ao perder uma pessoa que ama, é essencial vivenciar todas as fases do luto, entregando-se aos seus sentimentos. Chore, desabafe, converse com pessoas próximas, deixe que a sua dor se manifeste. Não viver o luto pode comprometer a sua recuperação, levando assim, mais tempo que o esperado.
Viver a negação é muito comum na maioria dos casos. A pessoa se sente incapaz de aceitar a perda, não imaginando a sua vida sem a presença do ente falecido, é como se tudo não passasse de um pesadelo.
Passar pelo sentimento da raiva, sem entender o motivo da morte ter acontecido a alguém próximo de você, é também outro sentimento corriqueiro. Depois, é chegada a fase da negociação, momento em que a pessoa começa a aceitar a perda, negociando consigo mesma o enfrentamento da dor e a superação.
Nos últimos dois estágios do luto, há a depressão, que se firma na rotina e torna tudo cinza, e enfim, a aceitação, quando a morte já é encarada com mais serenidade, sem dor excessiva ou desespero, mas acreditando que a pessoa querida está em um lugar melhor.
A morte da Nilza, mãe do Rodolfo Junior, da Mara Janaina, do Rodrigo, do Ramon e da Tatá e de tantas pessoas que conquistou para ser seus “filhos” e “filhas” ao longo de sua trajetória de vida como uma das mais conhecidas enfermeiras da UTI do Hospital de Emergência, em Macapá.
O reconhecimento dessa presteza, pelo serviço que prestou às entidades públicas não foi do tamanho que merecia, mesmo assim dizia-se satisfeita pelo que fez pela saúde pública e pelas pessoas.
Nilza morreu no dia 17 de maio, às 11h30, levando tudo o que sabia fazer e deixando uma imensa lacuna do tamanho que ocupava no coração de tantas pessoas: filhos e filhas, irmãs, sobrinhos, primos, netos e netas e amigos, muitos amigos.
Nilza foi sepultada ontem, às 16h00, em Macapá, onde nasceu, viveu por 73 anos, um mês e 17 dias.