A decisão foi tomada no último dia fevereiro de 2024 pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural.
O choro, musicado pelo conjunto de bandolim, flauta, violão 7 Cordas, pandeiro, cavaquinho e clarinete, virou Patrimônio Cultural do Brasil.
O gênero, genuinamente brasileiro, passa a ser reconhecido como parte da cultura e da história do país. A decisão do registro foi tomada na quinta-feira (29/02), por unanimidade, pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, presidido pelo Iphan, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Com o reconhecimento, o gênero será registrado no Livro das Formas de Expressão do Instituto, que reúne as manifestações artísticas em geral.
O pedido de reconhecimento foi apresentado pelos Clubes do Choro de Brasília e de Santos e pelo Instituto Casa do Choro do Rio de Janeiro, por meio de abaixo-assinado.
O músico Marcio Marinho avalia que essa conquista coloca o gênero em outro patamar e pode facilitar sua inclusão no ensino público.
“Tendo o choro como matéria, porque o choro fala muito da nossa cultura, de quem nós somos, da evolução e transformação da cultura popular brasileira. A bossa nova bebeu do choro, todos os outros gêneros brasileiros beberam do choro, da fonte do choro. Tô falando em questão rítmica, harmônica, melódica. Então, o choro é uma linguagem muito sólida, que diz bem que é o povo brasileiro. Talvez seja o gênero que dê mais fisionomia ao povo brasileiro”, acredita o músico.
De acordo com o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, o ritmo teria nascido em 1870, na cidade do Rio de Janeiro, em rodas de música nos bairros da Cidade Nova, Catete, Rocha, Andaraí, Tijuca, Estácio e nas vilas do centro antigo.
As composições de canções atemporais do choro, com alma brasileira, incluem Carinhoso, de Pixinguinha e João de Barro, e Brasileirinho, de Waldir Azevedo.
Atualmente, além do choro, o Brasil tem outros 52 bens imateriais registrados como Patrimônio Cultural pelo Iphan, entre eles o frevo, a roda de capoeira e o maracatu.